Chile deve rejeitar nova Constituição e frear avanço da ultradireita

18 de dezembro, 2023 Folha de S. Paulo Por Júlia Barbon

Com 54% das urnas apuradas, os chilenos devem rejeitar pela segunda vez a proposta de uma nova Constituição e frear o avanço da ultradireita no país: 55% da população votou contra e 45%, a favor do texto consolidado por essa força política nos últimos meses, em referendo realizado neste domingo (17).

Depois de quatro anos de discussão, a população finalmente deve enterrar a possibilidade de revisar a Carta Magna liberal herdada do regime do ditador Augusto Pinochet, escrita em 1980. Simbolicamente, o resultado também é uma espécie de vitória às avessas do presidente de esquerda, Gabriel Boric.

Ele foi eleito em 2021 após ter pressionado seu antecessor de direita, Sebastián Piñera, a dar início ao processo constitucional. Depois, porém, viu uma primeira versão considerada bastante progressista do texto ser rejeitada em 2022. Agora, ganhou um respiro com a recusa da população à segunda versão mais conservadora.

“O resultado significa uma derrota dos republicanos [liderados pelo ex-presidenciável José Antonio Kast], coloca a direita tradicional em primeiro plano e fortalece a candidatura presidencial de Evelyn Mathei para 2025”, diz o cientista político Gabriel Gaspar, ex-embaixador e ex-subsecretário de Defesa de Boric.

Ele se refere à popular subprefeita de Providência, região de classe média alta na capital Santiago. O governo, avalia, “conseguiu um alívio parcial, mas ainda não está claro se poderá recuperar a agenda nacional”. “Se a proposta da direita tivesse triunfado, Boric teria ficado enfraquecido pelo resto de seu mandato”, afirma.

Acesse a matéria no site de origem.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas