Organizações feministas pedem que ministério das mulheres repense posicionamento sobre aborto legal

25 de março, 2024 Portal Catarinas Por Redação

Num contexto de crescente preocupação com os direitos reprodutivos, organizações feministas brasileiras dirigem-se ao Ministério das Mulheres para abertura de diálogo. Em uma carta aberta, a coalizão destaca que a questão do aborto deve ser abordada dentro de uma política ampla de saúde sexual e reprodutiva, enfatizando a necessidade urgente de revisão de posicionamentos e discussões sobre o tema.

O apelo surge após entrevista recente da Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, à Folha de São Paulo, durante a 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da Organização das Nações Unidas (ONU). As declarações provocaram reflexões e questionamentos sobre a postura do governo em relação ao aborto legal.

Na entrevista, Gonçalves expressou sua visão sobre as dificuldades enfrentadas pelas vítimas de estupro para acessarem o aborto legal, afirmando que a ênfase deveria ser na disponibilidade da contracepção de emergência. Outro destaque foi a resposta “não se quer reduzir mulheres ao aborto, educação sexual”, quando questionada sobre a escola ser um espaço para esse debate.

Com um histórico em defesa da Justiça Reprodutiva — conceito que abrange o direito à maternidade livre de coerção e com plenas garantias de direitos — as organizações têm mantido uma postura firme, focando na urgente necessidade de reconhecimento do direito de escolha pela interrupção da gravidez.

Desde a década de 1980, lutam pela garantia de atenção de qualidade ao aborto previsto no marco legal brasileiro, baseando seus argumentos no Código Penal de 1940, na Constituição de 1988 e nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Com base nesses referenciais exigimos, historicamente, garantias de acesso ao cuidado de forma segura, digna e equânime a todas as pessoas que recorrem ao SUS para interromper uma gestação. Parte dessas garantias é a abertura para o debate democrático sobre a questão, de modo a superar entraves, mitos e desinformação”, afirmam.

Além disso, apontam para os desafios enfrentados no Brasil, onde os avanços na discussão sobre o reconhecimento do direito ao aborto têm sido limitados. Recentemente, casos de ataques a serviços de aborto nos casos legais, como no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo, e a sanção da lei 22.537/24, em Goiás, ilustram a fragilidade das conquistas.

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