01/12/2011 – Casos de Aids em meninas de 13 a 19 anos superam os de garotos em 2010

01 de dezembro, 2011

(G1/O Globo/Folha de S.Paulo/Fantástico/Agência Brasil) Em 2010, foram registrados mais casos de Aids em mulheres de 13 a 19 anos do que entre homens da mesma faixa etária. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2010 foram registrados 349 casos de Aids entre meninas, contra 296 notificações entre meninos. Dessa forma, a incidência da doença em mulheres jovens é de 2,9 para cada 100 mil habitantes, enquanto entre homens a taxa é de 2,5 para cada 100 mil.

“Temos uma grande preocupação com mulheres jovens, de 13 a 19 anos, pelo fato de ter mais mulheres que homens nessa faixa etária e pelo aumento dos casos de Aids entre meninas”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva na qual adiantou que um dos focos da campanha do governo federal de prevenção da Aids em 2011 será o público jovem feminino. Casos de Aids entre meninas de 13 a 19 anos supera o de garotos em 2010 (G1 – 28/11/2011)

Com os piores indicadores, Rio deixou de executar 25% da verba enviada pelo governo federal

“O Rio é o estado com os piores indicadores relacionados à Aids no Sudeste, que concentra 56% dos casos. No ano passado, a incidência da doença foi de 28,2 para cada 100 mil habitantes, a quinta maior do país e a mais elevada da região. A taxa de mortalidade também é a mais alta do Sudeste e destoa da registrada no Brasil como um todo. Enquanto no Rio a taxa de mortos por Aids é de 10,3 para cada 100 mil, no Brasil é de 6,3. O número de cariocas infectados pelo vírus HIV também aumentou em relação a 1998, passando de 4.204 para 4.504.” (…) “O problema é a porta de entrada para o diagnóstico. O Rio tem rede hospitalar, mas não rede ambulatorial. Com frequência, os diagnósticos são feitos na emergência do Hospital Municipal Miguel Couto, com o paciente já em situação gravíssima”, diz Pedro Chequer, representante da Organização das Nações Unidas para a Aids no Brasil. – Com alta taxa de mortes por Aids, Rio gasta menos em prevenção (O Globo – 04/12/2011)

Menos recursos para a Saúde
“Desde 2000 — quando entrou em vigor a Emenda Constitucional 29, que estabelece um piso de gastos para o setor — até o ano passado, o montante de recursos efetivamente aplicados caiu de 1,76% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,66%, na contramão do espírito da lei. (…) Em dez anos, governo deixou de aplicar R$ 45,9 bilhões que, no papel, destinara ao setor.”Na área da Saúde, gastos estão em queda (O Globo 28/11/2011)

“Nós estamos baixando a guarda e é necessário falar mais sobre a prevenção” “Os jovens com idade entre 15 e 24 anos, em especial os homossexuais, estão engrossando cada vez mais as estatísticas de infecção pelo vírus HIV, que provoca a aids. O dado é preocupante e mostra uma “recrudescência da pandemia”, segundo alertou o infectologista David Uip, diretor do Hospital Estadual Emílio Ribas, especializado no atendimento de doentes com aids. O médico esclareceu que está aumentando o número de casos de transmissão da aids nas relações sexuais entre homens homossexuais e que este grupo tem 13 vezes mais chances de se contaminar do que o restante da população. Paralelamente, também cresce o número de soropositivos entre mulheres e de profissionais do sexo.” – Brasil está “baixando a guarda” na prevenção da aids, alerta infectologista (Agência Brasil – 01/12/2011)

Temos de vencer o preconceito
“Outro problema é a ênfase dos programas governamentais na vulnerabilidade universal, o conceito de que todos são igualmente afetados pela Aids, o que tem produzido equívocos, como as campanhas de incentivo ao teste anti-HIV dirigidas à população em geral, que geram mídia, sim, mas que identificam poucos novos casos. A infecção pelo HIV no Brasil tem impacto maior em alguns grupos, prioritários para diagnóstico precoce e eventual tratamento. São pessoas que já sofrem intensa discriminação e têm negligenciadas suas necessidades de prevenção em Aids. É o caso do jovem gay, que tem 13 vezes mais chance de se infectar do que o heterossexual e que nunca foi alvo de campanha do Ministério da Saúde. Ou o Brasil elimina o preconceito, para zerar a transmissão, ou se distanciará do sonho possível de vencer a Aids.” – É possível derrotar a Aids, por Caio Rosenthal e Mário Scheffer (Folha de S.Paulo – 01/12/2011)

HIV já infectou 608 mil brasileiros. Sudeste concentra o maior número de casos
“Entre 1980 e junho de 2011, 608.230 pessoas foram infectadas com o vírus da aids no Brasil. Menos de 1% da população de 15 a 49 anos tem aids – a taxa de prevalência é 0,61% e manteve-se relativamente estável entre 2009 e 2010. A prevalência na população masculina é 0,82% e entre as mulheres 0,41%. O maior número de casos de Aids está concentrado na região Sudeste – a mais populosa – onde o Ministério da Saúde registra 343.095 casos – 56,4% dos casos já contabilizados do país.” – Vírus da Aids infectou 608,2 mil pessoas no Brasil em três décadas (O Globo – 29/11/2011)
Jovens gays foram os mais atingidos
“O número de novos casos aumentou em todo o país entre 1998 e 2010, menos na região Sudeste. E a tendência de alta se manteve este ano no Norte e no Nordeste. O governo avalia que o aumento da doença no Norte e no Nordeste se explica porque mais testes passaram a ser feitos em áreas onde antes não havia acesso ao diagnóstico e também porque muitas pessoas só procuram o serviço de saúde para fazer o exame quando começam a sentir os sintomas da doença, o que acontece em média dez anos após a infecção. O ministério está mais preocupado, no entanto, com o aumento da contaminação entre rapazes gays de 15 a 24 anos. Embora o percentual de casos em jovens desta faixa etária tenha diminuído em 12 anos, entre os jovens homossexuais desta idade, o percentual aumentou 10,1%.” – De 1998 a 2010 número de novos casos de Aids subiu no país (O Globo – 29/11/2011)
O aumento no número de casos de jovens homossexuais com HIV/aids não surpreendeu entidades que trabalham com essa população.Para Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGT), há três fatores que explicam o maior crescimento entre os jovens gays: diminuição do financiamento governamental para campanhas de prevenção, o fato de a aids assustar menos os jovens hoje do que há dez anos e o preconceito.Aumento de casos entre gays não surpreende (O Estado de S. Paulo – 29/11/2011)

Apesar de o número de casos ter parado de aumentar, a cada ano, 35 mil brasileiros se infectam. No início de 2011, o programa Fantástico, da rede Globo, exibiu uma reportagem sobre os 30 anos da descoberta da Aids. Apesar de o número de casos ter parado de aumentar, a cada ano, 35 mil brasileiros se infectam. Reveja as orientações do dr. Drauzio Varella sobre como prevenir a doença e como tratar em caso de infecção. No Dia Mundial de Combate à Aids, reveja série do Dr. Drauzio Varella (Fantástico – 01/12/2011)

Leia mais:
05/12/2011 – Dados mostram vulnerabilidade das latino-americanas ao HIV/Aids

O combate ao HIV/aids, por Vicente Amato Neto e Jacyr Pasternak (O Estado de S. Paulo – 30/11/2011)

 

Controle da Aids deve ser permanente, editorial (O Globo – 30/11/2011)
22/11/2011 – Há mais mulheres jovens com Aids do que homens



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