(O Globo, 22/03/2016) Segundo o Ministério da Saúde, há 4.293 suspeitas de má formação.
Em uma semana, cresceu 5,1% o número de casos confirmados de microcefalia e demais alterações do sistema nervoso causadas pelo vírus zika e outras infecções. São 907 casos, ante 863 na semana passada. Além disso há outros 4.293 em investigação e 1.471 suspeitas já descartadas. Os números, que cobrem os anos de 2015 e 2016, fazem parte de boletim divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde.
Exames laboratoriais confirmaram a ligação com o vírus zika em 122 casos. Mas, apesar de haver outras possíveis causas infeciosas para a microcefalia, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral, o Ministério da Saúde diz que esse número não representa adequadamente a quantidade de casos associados à zika. A pasta explica que, passado algum tempo após a infecção, é difícil detectar o vírus. Assim, considera que, na maior parte dos 907 casos confirmados, houve sim contaminação pelo vírus zika. Ao todo, são 6.671 notificações, o que inclui casos confirmados, em investigação e até mesmo descartados. Até a semana passada, tinham sido registradas 6.480 notificações. Segundo o Ministério da Saúde, os casos descartados apresentaram exames normais ou microcefalias com origem em outras causas.
Além disso, o boletim divulgado nesta terça-feira registra 198 mortes suspeitas de microcefalia ou outra alteração do sistema nervoso central, seja após o parto, seja durante a gestação. Ao todo, 46 foram confirmadas, 130 estão sob investigação e 22 foram descartadas.
A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor que o normal. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde mostram uma associação entre a epidemia de microcefalia, que atinge principalmente o Nordeste, e o vírus zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chicungunha.
Os casos confirmados ocorreram em 348 municípios de 19 unidades da federação. Pernambuco continua sendo o estado com mais confirmações: 268. Em seguida vêm outros estados do Nordeste: Bahia (170), Paraíba (91), Rio Grande do Norte (81), Ceará (68), Piauí (62), Maranhão (53), Alagoas (41) e Sergipe (26).Fora do Nordeste, o estado com mais casos confirmados é Mato Grosso (13). Logo depois aparecem Rio de Janeiro (9), Goiás (9), Espírito Santo (4), Distrito Federal (3), Rondônia (3), Mato Grosso do Sul (2), Minas Gerais (2), Pará (1) e Rio Grande do Sul (1).
Em sete estados – Acre, Amazonas, Paraná, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins -, não houve confirmação, apenas notificação. O Amapá é o único estado em que sequer houve notificação.
Segundo o Ministério da Saúde, há transmissão autóctone do vírus zika em 23 unidades da federação. Em outras palavras, as pessoas são infectadas dentro do próprio estado, e não em viagem a outros locais. Estão fora da lista apenas Acre, Amapá, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Isso não quer dizer necessariamente que não haja transmissão autóctone nesses lugares. Indica apenas que não houve confirmação laboratorial disso.
André de Souza
Acesse o PDF: Casos confirmados de microcefalia crescem 5,1% no país em uma semana (O Globo, 22/03/2016)