(O Globo, 29/01/2015) Há mais de 50 anos, meninas do mundo todo sonham em ter uma Barbie. Na Nigéria, porém, a boneca americana encontra uma concorrência cada vez mais forte: são as Queens of Africa (Rainhas da África), uma linha de bonecas inspiradas em diferentes tribos africanas. A empresa responsável pelas bonecas foi criada há sete anos pelo empresário de 43 anos Taofick Okoya, após ele não encontrar no mercado uma boneca que tivesse a cor de pele da sua sobrinha.
“Durante o processo (de pesquisa sobre o mercado) eu percebi questões sociais maiores, como baixa autoestima, o que me deu a paixão necessária para querer mudar a próxima geração. Foi uma jornada dura, mas eu gostei”, contou à “Elle” o empresário, que diz ter encontrado resistência de distribuidores por causa das cores e das roupas das bonecas.
De acordo com a Reuters, Okoya vende entre 6 mil e 9 mil bonecas por mês, por preços que variam entre 1,3 mil e 3,5 mil nairas cada (entre R$ 18 e R$ 48). O empresário estima controlar entre 10% e 15% do mercado na Nigéria, e já recebe encomendas online de países das Américas e da Europa, inclusive do Brasil.
Embora a Mattel, fabricante da Barbie, produza bonecas negras desde 1980, clientes ao redor do mundo têm elogiado as versões de Okoya por retratarem de forma mais abrangente a variedade de cores e traços da raça.
“Normalmente as bonecas negras são tão escuras, não compro porque não parecem comigo. Eu acho que se elas tivessem uma variedade de bonecas negras, com cores diferentes como as suas, seria melhor. Nenhuma pessoa negra tem a mesma cor que a outra: alguns tem pigmentos mais escuros, outros mais claros. Como várias afro-americanas, nunca encontrei uma boneca que se encaixasse comigo até hoje”, escreveu uma das clientes americanas.
Acesse o PDF: Bonecas inspiradas em rainhas africanas viram febre e superam Barbie na Nigéria (O Globo, 29/01/2015)