(O Globo, 23/09/2015) Mais de 700 mil mulheres e meninas estão sendo mantidas em prisões em todo o mundo, diz um relatório do Institute for Criminal Policy Research, de Londres. O número aumentou 50% desde 2000, ultrapassando o crescimento entre os homens, de acordo com a terceira edição da Lista Mundial de Aprisionamento Feminino. Apenas três países — Estados Unidos, China e Rússia — representam cerca de metade da população carcerária total do sexo feminino. O Brasil, quinto país do ranking, tem 37.380 mulheres encarceradas.
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Os pesquisadores responsáveis pelo estudo consideram que governos em todo o mundo deveriam demonstrar “profunda preocupação” com os dados levantados. O relatório é baseado em dados de 219 países e territórios dependentes. Mas é provável que o número total de mulheres e adolescentes na cadeia seja ainda maior, segundo os autores do relatório, pois alguns países não forneceram dados e os dados chineses estavam incompletos.
“[Mulheres e meninas] são um grupo extremamente vulnerável e desfavorecido, e tendem a ser vítimas de crimes e abusam de si mesmas. O aumento de aproximadamente 50% no número de mulheres e meninas presas nos últimos 15 anos deve ser motivo de profunda preocupação para os governos, as administrações penitenciárias e todos os que estão comprometidos com a justiça e a reforma penal”, comenta no relatório Jessica Jacobson, diretora do instituto britânico, parte da Universidade Birkbeck.
Os países africanos têm a menor proporção de mulheres na prisão, enquanto El Salvador, Brasil, Camboja e Indonésia têm visto grandes aumentos.
O estufo aponta que 205.400 mulheres e meninas estão presas nos Estados Unidos, 103.766 na China (sem contar com um número desconhecido que ainda aguarda julgamento ou em detenção administrativa). Em seguida vem a Rússia, com 53.304 detentas, Tailândia (44.751), Brasil (37.380), Vietnã (20.553), Índia (18.188) e México (13.400).
As prisioneiras constituem, geralmente, entre 2% e 9% do total da população carcerária de um país, com a excepção de três países com populações muito pequenas. Os índices mais altos estão em Hong Kong (mais de 19%), Macau-China (quase 18%), Myanmar (mais de 16%), Bolívia, Qatar, Tailândia e Vietnã (entre 14 e 15%) e Kuwait (quase 14 %).
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