A militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAR) fala sobre a resistência à mineração nas Américas, especialmente no Brasil contra a empresa Vale.
A história nos comprovou e nos mostra todos os dias que não há luta vitoriosa sem a organização de todos os povos. Isso deve ser dito, antes de tudo, quando vamos falar sobre a resistência à Vale/Samarco e Billiton ou sobre qualquer outra luta em qualquer lugar do mundo.
Como nos conta uma companheira indígena, está tudo conectado: os povos dos territórios nacionais e a nível internacional. Não se vence a guerra sem o povo. Sem o povo, sofremos golpes e interferências nos processos democráticos. É preciso dizer que a democracia não é só o direito ao voto. Como dissemos nas últimas campanhas eleitorais e em todo o processo contra o neoliberalismo, a democracia é a participação histórica e heroica de seu povo, assim como faz Cuba, dizendo que “sim, é possível”, e a partir disso desenvolve o processo de solidariedade, unidade e internacionalismo.
Nós, que acreditamos no povo, sabemos que estamos vivendo um momento muito dinâmico na conjuntura atual. Temos governos populares, mas não temos o poder. Temos governos populares, mas eles não podem – ou muitas vezes não gostam, não querem – impedir ataques ou realizar processos para limitar as empresas transnacionais. Não dizem “vão embora”, como fez Hugo Chávez na Venezuela com as empresas brasileiras, quando elas queriam tirar os recursos do povo venezuelano, violando os direitos humanos e tomando suas riquezas.