26/11/09 – Casos de Aids em mulheres com mais de 50 anos quase dobra em 10 anos

30 de novembro, 2009

Dados do Boletim Epidemiológico de DST/Aids 2009 divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que a incidência de Aids em mulheres acima de 50 anos em 2007 praticamente dobrou em relação a 1997, passando de 5,2 casos por 100 mil habitantes para 9,9 casos em 2007. No mesmo período, a taxa entre homens nessa faixa etária passou de 12 para 18.

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A campanha de Carnaval 2009 do Ministério da Saúde teve como público prioritário a população feminina com mais de 50 anos. Com o slogan “Sexo não tem idade para acabar. Proteção também não”, o objetivo da campanha é “incentivar a mulher a negociar com o parceiro o uso do preservativo (…) já que a maioria das mulheres nessa faixa etária tem pouco poder decisão em relação à camisinha”, diz o folder da campanha.

Segundo o Ministério, 96,9% dos novos casos de infecção em 2007 foram causados por sexo sem preservativo. Em 1997, esse índice era de 88,7%.

A reportagem do Portal G1 destacou também outros dados divulgados pelo Programa de Aids do Ministério da Saúde:

Redução da transmissão vertical
Caiu em 41,7% a incidência de casos de Aids em menores de cinco anos, com uma diminuição de quase 70% no coeficiente de mortalidade. Segundo o Ministério da Saúde, isso mostra que o país está conseguindo reduzir os casos de transmissão do vírus da mãe para o bebê.

Aumento da epidemia entre jovens homossexuais
Entre homossexuais com idades de 13 a 24 anos, constatou-se aumento na proporção dos casos registrados, que passaram de 29%, em 1997, para 43,2%, em 2007. Mariângela Simão diz que, segundo os grupos de defesa dos gays, estes jovens não viveram a parte difícil da epidemia. “Ainda morrem 30 pessoas por dia. E essa visão de que Aids tem tratamento pode ser uma informação que leva a um relaxamento da prevenção”, alerta Mariângela.

Mortalidade: queda entre os homens, estabilidade entre mulheres
Os dados do Ministério apontam que o coeficiente de mortalidade tem se mantido estável no país desde 2000, com cerca de seis mortes por 100 mil habitantes. Em números absolutos, houve registro de queda em mortes nos homens e estabilidade nas mulheres.

Acesse essa matéria em pdf: Portal G1 – 26/11/09

Leia também:

Desigualdade de gênero e violência deixam mulheres no topo de infectados por HIV, diz ministra (Terra – 24/11/09)

Contágio pelo vírus HIV cai 17% em oito anos, aponta OMS (Abril – 24/11/09)

Número de mortes por Aids cai 10% no mundo (Jornal do Brasil – 24/11/09)

Estudo mostra baixa percepção das mulheres sobre o risco de infecção pelo HIV 

Indicação de fontes:

Alexandre Grangeiro – médico e pesquisador
Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP
São Paulo/SP
(11) 3061-7076
Fala sobre: políticas de Aids; segmentos vulneráveis

Naila Seabra Santos – médica e pesquisadora
CRT-DST/Aids – Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
São Paulo/SP
(11) 5087-9911
Fala sobre: saúde pública; políticas de Aids; prevenção, controle, diagnóstico e tratamento

Regina Barbosa – médica e pesquisadora
Núcleo de Estudos de População da Unicamp
São Paulo/SP
(19) 3521-5907
[email protected]
Fala sobre: saúde coletiva; políticas de Aids; prevenção, controle, diagnóstico e tratamento da Aids entre mulheres

Wilza Villela – médica e pesquisadora da Unifesp
Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Unifesp
São Paulo/SP
(11) 5572-0609
[email protected]
Fala sobre: políticas de Aids; vulnerabilidade das mulheres ao HIV; transmissão vertical

 

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