(Marina Pita/Agência Patrícia Galvão, 10/06/2016) A Agência Nacional de Saúde (ANS) anunciou na segunda-feira (6) a incorporação extraordinária de exames para detecção do zika vírus na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde. Os planos privados deverão oferecer tanto o teste PCR quanto a sorologia para o vírus. O Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto, até o momento só disponibiliza o teste PCR, exame praticamente inútil para detecção da infecção, especialmente quando se trata de oferecer às mulheres a garantia de que podem engravidar com segurança porque não contraíram a infecção transmitida pelo mosquito aedes aegypti.
O único teste disponível no SUS, o PCR, é útil apenas nos casos em que a manifestação da infecção se deu há, no máximo, cinco dias. Sabe-se, porém, que 80% dos casos de zika vírus são assintomáticos. Dessa forma, as mulheres grávidas deveriam ter acesso ao exame de sorologia no início da gestação para saberem se já tiveram contato com o vírus e se há risco de o bebê nascer com a síndrome congênita do zika.
O que diz o SUS
Contatado, o Ministério da Saúde não comentou os questionamentos da Agência Patrícia Galvão acerca da disponibilidade da sorologia para o zika no SUS. Informou apenas que “a pasta distribuiu, em fevereiro, 250 mil testes de PCR (biologia molecular) para diagnóstico do vírus zika, de um total de 500 mil testes. As 250 mil unidades iniciais foram entregues para 27 laboratórios de todos os estados e Distrito Federal. Os outros 250 mil testes já estão disponíveis para distribuição aos estados de acordo a demanda solicitada. No total, o Ministério da Saúde investiu R$ 6 milhões na aquisição dos produtos”.