Esse novo enfoque pode levar à descoberta de novas maneiras de tratar as pessoas que sofrem complicações atribuídas ao vírus da zika
(Exame, 20/11/2017 – acesse no site de origem)
Uma equipe da Universidade de Yalo, nos Estados Unidos, realizou um estudo que sugere a resposta ao sistema imunológico ao vírus da zika pode ser responsável pelas complicações por infecção que prejudicam o sistema nervoso dos doentes.
Esse novo enfoque, proposto em uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela revista “Nature”, pode levar à descoberta de novas maneiras de tratar as pessoas que sofrem complicações atribuídas ao vírus da zika, como a síndrome de Guillain-Barre.
A equipe de especialistas observou que, nos ratos de laboratório que não havia uma resposta antiviral, a infecção pelo vírus da zika causava paralisia e morte.
Para compreender o mecanismo, os cientistas, liderados por Akiko Iwasaki, especialista em imunobiologia, examinaram como ocorria a propagação da infecção nos roedores.
Dessa forma, descobriram que quando a infecção por zika vai até o cérebro pela circulação sanguínea, há uma “inundação” de células imunológicas conhecidas como “CD8 T”.
O estudo afirma que essas “CD8 T”, apesar de limitar de maneira notável a infecção das células nervosas, provocam a paralisia.
“As células imunológicas que são geradas pela infecção começam a atacar os nossos próprios neurônios”, explicou Iwasaki.
“O dano não ocorre mediante a infecção virótica, mas sim pela resposta imunológica ao vírus”, acrescentou o especialista.
A descoberta defende que suprimir a resposta imunológica poderia ser um foco válido na hora de tratar a doença.