19/07/2012 – Transmissão do HIV da mãe para o bebê pode ser eliminada até 2015

19 de julho, 2012

(Folha de S. Paulo) Um relatório divulgado ontem pela Unaids, agência criada pela ONU para combater o HIV, aponta que o mundo deve atingir as metas de oferecer tratamento universal contra a Aids e zerar a transmissão do vírus entre mães e bebês até 2015.
A Unaids estima que, em 2011, 8 milhões de pessoas eram medicadas com antirretrovirais em países de renda média e baixa. O número representa pouco mais da metade das pessoas que deveriam estar em tratamento.
Mas é um dado comemorado, já que significa um aumento de 21% no total de pessoas tratadas entre 2010 e o ano passado. A meta é chegar, em 2015, aos 15 milhões que demandam tratamento, o que significaria a universalização das terapias.
“É um aumento estupendo, inclusive na África [onde a epidemia é pior]. E parte dessa vitória se deve ao exemplo brasileiro, porque já nos anos 1990 o país adotou a política [de universalização do tratamento] e virou modelo”, diz Pedro Chequer, coordenador da Unaids no Brasil.
A América Latina tem o maior contingente de pessoas infectadas com acesso aos medicamentos. Já países do Oriente Médio, norte da África, leste da Europa e Ásia Central têm as piores taxas.
O outro dado comemorado pela Unaids é a possibilidade de zerar a transmissão vertical do vírus, entre a mãe e o bebê. Mas, apesar do movimento global nesse sentido, países como Angola, Moçambique e Índia não avançaram quase nada nos últimos dois anos. O relatório destaca ainda entraves para vencer o HIV, como estagnação do financiamento global contra a doença em época de crise -deficit que pode ser de U$ 7 bilhões em 2015.
Outro entrave é o ritmo lento de redução no número de novos casos entre adultos.
Em 2001, 2,7 milhões de adultos adquiriram o vírus. Dez anos depois, o número está em 2,2 milhões -ainda concentrado na África.
Mesmo com os esforços, alerta o relatório da ONU, “a taxa de declínio não é suficiente para alcançar a meta de reduzir em 50% o número de novos infectados até 2015”.
Outro desafio para os países, indica o documento, é reduzir situações de preconceito e discriminação envolvendo as populações mais vulneráveis ao vírus, como mulheres, jovens e homossexuais.
Nesse sentido, o Brasil tem de avançar, alerta Chequer.
QUEBRA DE PATENTE
O país é apontado no relatório como destaque na ajuda a outras nações -o texto cita a transferência de tecnologia para uma fábrica de antirretrovirais em Moçambique. O Brasil é lembrado pela quebra da patente do Efavirenz (importante antirretroviral) em 2007, o que permitiu a produção do genérico.
Em depoimento reproduzido no texto, o então ministro da Saúde, José Gomes Temporão, diz que a quebra “funcionou para o Brasil e poderia ajudar a acabar com a Aids em outros países.”
Acesse em pdf: Mundo pode universalizar droga anti-HIV (Folha de S.Paulo – 19/07/2012) 

Leia também: Vitórias contra a Aids, editorial (Folha de S. Paulo – 20/07/2012)

19/07/2012 – Mortes por aids caem 24% no mundo
O número de mortes causadas pela aids caiu 24% no mundo entre 2005 e 2011. “O perigo está na crise, por isso é preciso garantir que os países em desenvolvimento mantenham os investimentos”, disse O coordenador da Unaids. Das 34,2 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV no mundo, 30,7 milhões são adultas e 16,7 milhões são mulheres
19/07/2012 – Funcionário da ONU critica recuo do Brasil em campanha
O coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, fez duras críticas ao recuo do governo brasileiro na campanha do Carnaval contra a Aids, originalmente focada nos jovens gays. “O Brasil corre risco de retrocesso na área de mobilização social”, disse
Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas