Para marcar os 16 dias de ativismo contra a violência de gênero, jovens brasileiras e venezuelanas se uniram na tarefa de construir um espaço seguro para mulheres, adolescentes e pessoas em vulnerabilidade que chegam aos postos de triagem para migrantes e refugiados de Boa Vista e Pacaraima (RR). A iniciativa é do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com o Projeto Crescer, ação social da Prefeitura Municipal de Boa Vista.
(Nações Unidas, 04/12/2018 – acesse no site de origem)
Durante três dias, alunos e alunas que fazem parte da cooperativa do Crescer, projeto que busca incentivar o empreendedorismo de jovens como forma de integração social, conduziram oficinas de customização de almofadas, confecção de baús e pêndulos para decoração. Tudo o que foi produzido ficou no espaço dedicado para acolhimento de mulheres, adolescentes, população LGBTI, idosos e pessoas com deficiência.
“Antes de chegarmos, achamos que seria complicado, por conta da língua, achei que poderíamos ter problemas de comunicação, mas a realidade foi bem diferente, encontramos pessoas maravilhosas”, disse Kessiane Silva, aluna da oficina de moda do Projeto Crescer.
“Foi uma experiência muito divertida, espontânea e criativa. Nos ensinaram a fazer trabalhos manuais que nunca imaginei que poderiam ser feitos tão facilmente e com materiais simples que posso achar em casa”, disse Bélgica Shakira, participante do projeto.
A criação de espaços seguros é uma estratégia do UNFPA em contextos de emergência. Trata-se de locais formais ou informais em que as pessoas se sintam emocionalmente e fisicamente seguras. Em Boa Vista e Pacaraima, estes espaços servem para mulheres e meninas socializarem, reconstruírem suas redes afetivas, acessarem informação sobre direitos e saúde, participarem de rodas de conversa e oficinas profissionalizantes.
As oficinas em Boa Vista aconteceram no fim de novembro e seguem agora para Pacaraima, nos dias 6 e 7 de dezembro. O projeto é financiado pelo Fundo Central de Resposta de Emergência das Nações Unidas (CERF), que tem como objetivo salvar vidas no âmbito da assistência humanitária. Em Roraima, junto ao UNFPA, o fundo apoia atividades para promoção e defesa da saúde sexual e reprodutiva, além de proteção de mulheres, adolescentes e pessoas em situação de violência e de maior vulnerabilidade.
Sobre os 16 dias de ativismo
A campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres é uma mobilização anual, praticada simultaneamente por diversos atores da sociedade civil e do poder público. Mundialmente, a campanha se inicia em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
No Brasil, ela se inicia um pouco mais cedo, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Neste ano, a “UNA-SE”, campanha do secretário-geral das Nações Unidas pelo fim da violência contra as mulheres, pede para nos solidarizarmos com as sobreviventes, defensoras e defensores dos direitos humanos das mulheres que estão trabalhando para prevenir e acabar com esse flagelo.