Presença de mulheres em cargos de liderança traz perspectiva única para decisões políticas, administrativas e jurídicas
Os movimentos abaixo-assinados vêm, através deste manifesto, abordar um tema crucial que está no centro das discussões sobre lideranças femininas nos Três Poderes da União e em todas as esferas da Federação. Tema este que é de grande relevância, uma vez que a igualdade e a equidade de gênero e raça e a representatividade são princípios fundamentais de uma democracia saudável e justa.
Importante destacar, porém, que igualdade e equidade não são a mesma coisa. Enquanto a igualdade, de uma perspectiva formal, ocupa-se de conferir a mesma situação jurídica para todos e todas, a demanda por equidade relaciona-se com a correção e reconhecimento de desequilíbrios entre os indivíduos da sociedade, à luz de marcadores particulares – gênero, raça e classe social são exemplares dessa situação. Trata-se, em outras palavras, da busca pela igualdade material ou substantiva.
Considerando-se que um dos pilares do funcionamento do Estado é a Administração Pública, responsável por tomar decisões que afetam diretamente a vida de todos os cidadãos, não há dúvidas de que a representatividade feminina é essencial. A presença de mulheres em cargos de liderança traz uma perspectiva única e mais visionária para as decisões políticas, administrativas e jurídicas. Suas experiências, perspectivas e preocupações abordam questões públicas de forma diferenciada e enriquecem o processo de tomada de decisões, principalmente em temas que as afetam diretamente.
Além disso, mulheres líderes são exemplos inspiradores para todas as outras mulheres e meninas que aspiram a cargos de liderança tanto no Executivo quanto no Judiciário ou no Legislativo. Precisamos desafiar estereótipos de gênero e mostrar que as mulheres podem e devem ocupar posições de destaque em todos os Poderes e em todas as esferas. Isso contribui para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa, em que o talento e o potencial das mulheres são reconhecidos e valorizados. A despeito disso tudo, historicamente, as mulheres têm sido sub-representadas em cargos de liderança nos Três Poderes e em todas as esferas da Federação.
Para alcançarmos de fato a igualdade e a equidade de gênero e raça na administração pública, em todas as suas esferas, precisamos superar desafios significativos como: a discriminação de gênero, o racismo, o preconceito, ao lado da necessária promoção de políticas igualitárias e de equidade, a fim de garantir ambientes de trabalho mais inclusivos, que permitam que as mulheres alcancem seu pleno potencial. Trata-se, em poucas palavras, de fortalecer a democracia: a maior representatividade influencia a qualidade das tomadas de decisões em nome de toda a sociedade.