1 em 5 mulheres está indecisa ou invalidará; elas são quase 70% dos indecisos, nulos e brancos
(Folha de S.Paulo, 10/10/2018 – acesse no site de origem)
O principal contingente de votos a ser definido neste segundo turno ainda é o feminino. As mulheres, que formam 53% do eleitorado, respondem por 7 em cada 10 votos indecisos ou em branco/nulo, mostra pesquisa do Datafolha realizada nesta quarta-feira (10) com 3.235 eleitores.
Há, segundo o levantamento do Datafolha, 6% de indecisos e 8% de eleitores que pretendem anular o voto ou votar em branco. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Entre as mulheres, contudo, a soma desses votos passa de 14% para 19% —11% de brancos e nulos e 8% de indecisas. Ou seja: 1 em cada 5 mulheres não sabe em qual dos dois votará ou não quer, ao menos não neste momento, votar nem em Jair Bolsonaro (PSL) nem em Fernando Haddad (PT). A tendência é condizente com a do primeiro turno.
O restante se divide entre os dois candidatos, com Bolsonaro numericamente à frente (42% a 39%, com a vantagem dentro da margem de erro).
Outra fatia que pode ser explorada por Bolsonaro, o líder da pesquisa com 49% das intenções de voto totais, e Haddad, que tem 36%, é a de eleitores de mais de 60 anos (19% do eleitorado), onde estão 36% dos indecisos.
Também no alvo entrariam aqueles que votaram no tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno (4,8%). Alckmin declarou que não apoiará nenhum dos dois candidatos.
Segundo o Datafolha, 42% dos que escolheram o tucano votarão agora em Bolsonaro, e 30%, em Haddad.
Outros 17% invalidarão o voto e 12% ainda não sabem o que farão no dia 28.
A indecisão ou rejeição a ambos os candidatos é ainda mais pronunciada entre quem escolheu João Amoêdo, o quinto colocado no primeiro turno (2,5%): 1 em cada 3 eleitores do candidato do Novo não quer (18%) ou não escolheu (16%) nem Haddad nem Bolsonaro.
Entre o 1% que optou por Marina Silva (Rede), 33% votará branco ou nulo, e 11% não se decidiu. O Novo não apoiará nenhum dos candidatos, e a Rede não se pronunciou.
Esses percentuais são bem maiores do que os 8% de indecisos entre os eleitores de Ciro Gomes, majoritariamente (58%) favoráveis a Haddad.
O pedetista, que chegou em terceiro no primeiro turno com 12,5% dos votos, declarou, nesta quarta, seu “apoio crítico” ao petista —sem intenção de participar do governo. Entre seus eleitores, só 18% votarão em Bolsonaro.
Uma curiosidade: dos que votaram no capitão reformado no primeiro turno, 2% disseram ao Datafolha que no segundo turno mudarão o voto para Haddad, e 1% está indeciso. Já entre o eleitorado do petista no primeiro turno, 4% mudará o voto para Bolsonaro; 1% anulará e 5% ainda não sabe o que vai fazer.