Com o confinamento, agressões e mortes crescem em países como Peru, Bolívia, Argentina e México
(Folha de S.Paulo | 03/06/2020 | Por Sylvia Colombo)
A quarentena havia apenas começado na Colômbia quando, no dia 25 de março, na cidade litorânea de Cartagena, um homem matou a tiros a mulher, a cunhada e a sogra. Alguns dias depois, foi a vez de Cristina Iglesias e sua filha de sete anos, assassinadas pelo companheiro dela na periferia de Buenos Aires. As duas foram esfaqueadas, e seus corpos, deixados um em cima do outro, no sofá da sala. Horas depois, o assassino se entregou.
Assim como aconteceu na Europa, a pandemia do coronavírus tem agravado a violência doméstica e os feminicídios na América Latina.
No México, o centro de ligações telefônicas de emergência contra a violência de gênero do governo registrou um aumento de 80% entre os meses de fevereiro e abril. Em resposta, o presidente Andrés Manuel López Obrador lançou uma campanha que enfureceu feministas. Ela se chama “Conte Até Dez”, pedindo que “as pessoas respirem fundo e pensem antes de brigar com um familiar”.