O Canadá foi apontado como exemplo da inclusão de mulheres na política, durante conferência sobre o tema realizada nesta quinta-feira (30) na Câmara dos Deputados.
(Agência Câmara, 30/03/2017 – acesse no site de origem)
A vice-ministra de Relações Exteriores do país, Sarah Fontain-Smith, participou de Conferência da Rede de Mulheres Parlamentares dos Países de Língua Portuguesa, promovida pela Secretaria da Mulher da Câmara.
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Durante o evento, ela falou sobre as políticas canadenses para garantir direitos e o empoderamento das mulheres. Hoje, o Canadá é um dos países com mais mulheres com nível superior e tem mais que o dobro de participação feminina na política que o Brasil.
“As mulheres estão entrando cada vez mais em negócios, têm oportunidades para aspectos empresariais. Temos mulheres na política, 26% em nível federal. Mas ainda não é suficiente. É preciso mais participação feminina porque, quando mulheres estão envolvidas na política, temos programas que respondem às suas necessidades e interesses e também às necessidades da sociedade no geral,”, disse Sara Fountain.
Cultura do brasileiro
Representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman destacou a importância de mudar a cultura do brasileiro para votar em candidatas nas eleições. Ela também citou o exemplo do Canadá como um dos mais exitosos em equidade no mundo.
“Há um histórico de políticas públicas, de ações afirmativas, de cotas, que tem dado certo, e a administração canadense tem um primeiro-ministro que formou um gabinete paritário. Se todos os presidentes e primeiros-ministros agissem desse jeito o mundo caminharia muito mais rápido.”
Na avaliação da deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), é importante debater experiências internacionais de sucesso no momento em que a Câmara analisa alternativas de aumentar a participação feminina no Legislativo.
” Estamos aqui, na Casa, discutindo a reforma política, e todas as experiências para ampliar a participação feminina são importantes, assim como experiências para reduzir a violência contra a mulher no País.”
Atualização da lei
Durante a conferência, a secretária de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes, defendeu a atualização da lei no sentido de garantir vagas para mulheres no Legislativo, em substituição à regra atual, que garante 30% de candidatos de ambos os sexos nas chapas que concorrem às eleições.
“A legislação tem 20 anos, mas há um descompasso, porque há a exigência de os partidos cumprirem 30% de cota para candidatas, mas só temos 5% do Fundo Partidário e 10% do tempo de TV.”
Segundo a secretária, não há a menor condição de a mulher fazer campanhas. “Deveríamos partir para a cota de vagas para mulheres no Legislativo”, defendeu, lembrando o exemplo do Chile, que garantiu em lei 40% de vagas a mulheres.
A conferência continua na próxima semana, entre os dias 3 e 5 de abril.
Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Rosalva Nunes