Comissão debaterá sistema eleitoral e financiamento de campanhas com a sociedade

24 de fevereiro, 2015

(Câmara Notícias, 24/02/2015) Roteiro de trabalho da comissão especial da reforma política foi definido nesta terça. Temas considerados de menor complexidade pelo relator serão discutidos entre os deputados.

comissão especial da reforma política (PECs 344/13, 352/13 e outras) aprovou, nesta terça-feira (24), a proposta de plano de trabalho apresentada pelo relator, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). De acordo com o documento, dois temas considerados fundamentais – financiamento de campanhas e sistema eleitoral – serão debatidos com entidades da sociedade civil, representantes de instituições públicas e especialistas.

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Já os demais assuntos da reforma, classificados pelo relator como de menor complexidade, serão discutidos entre os parlamentares. É o caso do fim da reeleição, da coincidência das eleições, da duração dos mandatos, da proibição de coligações e da cláusula de desempenho (dispositivo que restringe a atuação parlamentar de partido que não alcançar determinado percentual de votos).

Reunião da comissão especial da Câmara dos Deputados sobre a reforma política para eleição do cargo de terceiro vice-presidente. Relator da comissão, dep. Marcelo Castro (PMDB-PI)

Marcelo Castro: reformas eleitorais não deram certo porque foram proteladas demais. (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

O prazo para a apresentação do relatório final é de 40 sessões do Plenário da Câmara dos Deputados, o que deve ocorrer no final de maio, mas Marcelo Castro pretende concluir os trabalhos com antecedência.

“Acredito que um dos motivos porque as outras reformas eleitorais não deram certo é porque foram proteladas demais. Por isso, dividi nossa reforma de maneira didática em dois temas”, explicou o relator. “Ou mudamos o sistema eleitoral ou continuaremos com os vícios que temos hoje, com o distanciamento entre a classe política e a sociedade.”

Castro destacou que o “divórcio” existente entre políticos e eleitores chega ao ponto de 71% da população terem afirmado, em pesquisa divulgada pelo Datafolha neste mês, que não têm preferência por nenhum partido. “Isso não é uma democracia saudável”, comentou.

Audiências públicas

O colegiado aprovou ainda uma série de requerimentos para realização de audiências com entidades, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os presidentes da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski; da Frente Nacional dos Prefeitos, José Fortunati, que é prefeito de Porto Alegre; e da União Nacional dos Vereadores, Gilson Conzatti, também deverão participar dos debates.

Como muitos nomes foram aprovados, o presidente da comissão especial, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que vai organizar um cronograma de forma que a maior parte da sociedade possa participar. Ele disse acreditar que, desta vez, a reforma política sairá do papel, depois de outras tentativas frustradas.

Reunião da comissão especial da Câmara dos Deputados sobre a reforma política para eleição do cargo de terceiro vice-presidente. Presidente da comissão, dep. Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Rodrigo Maia: a sociedade, mais do que nunca, cobra mudanças no modelo vigente. (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

“A sociedade, mais do que nunca, cobra mudanças no modelo eleitoral e quer se ver efetivamente representada na democracia. A população está certa de que o modelo atual está falido, e, nós, políticos, precisamos dar uma resposta”, comentou Rodrigo Maia.

3º vice-presidente

Ainda nesta terça, o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) foi eleito 3º vice-presidente da comissão especial da reforma política. Ele conseguiu 31 votos dos 32 possíveis. A votação foi secreta e teve um voto em branco.

Os 1º e 2º vices – Rubens Otoni (PT-GO); e Marcus Pestana (PSDB-MG), respectivamente – já haviam sido escolhidos.

Idhelene Macedo

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