(Agência Patrícia Galvão, 26/09/2014) Dilma recupera posições no último mês, mas incerteza ainda é marcante
A terceira edição da série de análises Gênero e Raça nas Eleições Presidenciais 2014: A força do voto de mulheres e negros detecta uma tendência de recuperação das posições da candidata Dilma Rousseff no último mês, que pode ser explicada principalmente pelo crescimento entre as mulheres, conforme aponta a socióloga e especialista em pesquisa de opinião Fátima Pacheco Jordão.
As mulheres mostraram uma tendência de definição do voto na direção de Dilma no último mês: a intenção de voto estimulado na candidata subiu para 38% na pesquisa de 20 a 22 de setembro. Na pesquisa realizada entre 23 e 25 de agosto, a porcentagem estava em 33%. Marina e Aécio tiveram estabilidade em 29% e 18%, respectivamente.
Os votos das mulheres e dos negros, segundo a socióloga, sustentam a vantagem de Dilma no primeiro turno.
Incerteza ainda é marcante
A incerteza, porém, é um fator marcante, já que uma parcela significativa do eleitorado ainda considera mudar o seu voto e estará mais atenta nesta reta final da corrida ao Palácio do Planalto – inclinação verificada nas últimas três pesquisas Ibope.
“A maioria dos jornais noticiaram certa estabilidade, apontando que no primeiro turno Dilma abriu 9 pontos e no segundo há um empate entre ela e Marina. Olhando só para este dado, pode-se pensar que a situação está quase resolvida, mas a incerteza ainda é marcante. Os eleitores querem avaliar até o fim antes de definir o voto, ou seja, no final do primeiro turno os eleitores estarão ainda mais atentos”, explica.
2º TURNO:
Com um mês de empate técnico, Dilma mostra tendência de crescimento e Marina de declínio entre mulheres
Em cenário incerto, a avaliação de governo será essencial
Neste cenário de incertezas, a especialista lembra que o voto daqueles que avaliam bem ou que reprovam o governo já está cristalizado, mas não é possível apontar como votarão os que se encontram nas faixas intermediárias de avaliação e que poderão definir o resultado do segundo turno.
“Nesse sentido, é importante analisar, nesta reta final do primeiro turno, as declarações de intenção de voto dos que avaliam o governo como ‘regular’ no último mês, Marina teve uma queda”, frisa a especialista.
Dilma segue competitiva mesmo entre os que querem mudança
Outro dado importante a ser avaliado, segundo a socióloga, é que Dilma não perdeu força entre os que querem mudanças no País e Marina perdeu 5 pontos percentuais nesse segmento. “Ou seja, em um mês, Marina perdeu significativamente a aura de quem representa a mudança, o que é uma fragilidade importante para a candidata, que se coloca como representante do discurso do novo. Além disso, vale lembrar que os eleitores que afirmam querer mudanças são 70% do eleitorado”, aponta.
Veja os dados na íntegra: Mulheres e negros dão vantagem a Dilma no 1º turno – Na reta final, eleitorado quer avaliar melhor
Confira também as edições anteriores:
>> Eleições presidenciais 2014: mulheres e negros serão decisivos (nº 1, 18/Setembro)