Após 12 anos de composição predominantemente masculina no Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, pela primeira vez na história da instituição mulheres Defensoras Públicas ocuparão 50% das cadeiras de conselheiros/as eleitos/as.
Bruna Simões, Carolina Rangel, Fernanda Bussinger e Marina Hamud venceram as eleições em disputa com colegas Defensores Públicos e tomam posse no próximo dia 25 de maio em sessão do Conselho Superior.
Desde sua criação, em 2006, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo sempre contou com uma atuação política feminina expressiva, considerando que as quatro primeiras gestões foram de Defensoras Públicas Gerais mulheres. Contudo, o colegiado do Conselho Superior não retratava essa mesma realidade.
O Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, órgão deliberativo da instituição, é composto pelo Defensor Público-Geral, que o preside, por 4 conselheiros/as natos/as e 8 conselheiros/as eleitos/as. Nos últimos biênios (2014-2016 e 2016-2018) não havia nenhuma mulher entre os conselheiros eleitos. Nos biênios anteriores (2006-2008, 2008-2010, 2010-2012 e 2012-2014) as mulheres nunca tiveram uma representação tão expressiva, ocupando no máximo 25% das cadeiras de Conselheiros/as eleitos/as, apesar de a carreira de Defensor Público ser composta por quase 50% de mulheres.
Fruto da união de algumas Defensoras que compunham o Coletivo de Mulheres da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, criado no Dia Internacional da Mulher no ano passado (2017), foi criada a chapa ColetivA, com a proposta de imprimir um olhar de gênero à política institucional e impulsionar a participação direta de Defensoras e Defensores na discussão de temas importantes para a instituição. As Defensoras Bruna, Carolina, Fernanda e Marina foram lançadas pela ColetivA com campanha organizada por diversas apoiadoras disputando as eleições deste ano.
A chapa ColetivA, sensível à importância de uma participação ampla, envolveu de forma inovadora diversas Defensoras Públicas nos debates essenciais da carreira, estimulando inclusive Defensoras mães, gestantes e em licença maternidade, que acabavam ficando mais distantes do processo eleitoral.
Fonte: ColetivA de Mulheres da Defensoria Pública de São Paulo