Mulheres negras são minoria da minoria no Judiciário brasileiro

05 de fevereiro, 2022

STF nunca teve ministra com esse perfil; Biden promete indicar a 1ª na Suprema Corte dos EUA

(Folha de S. Paulo | 05/02/2022 | Por Uirá Machado)

SÃO PAULO

Mulheres negras são mais que minoria no Judiciário brasileiro. Elas são a menor parcela dentro de dois grupos minoritários: o das mulheres e o das pessoas pretas e pardas. Elas são a minoria da minoria.

Em alguns espaços do Judiciário, nem isso. O STF (Supremo Tribunal Federal), criado em 1891 como órgão máximo da Justiça nacional, teve 3 ministros negros em toda a sua história. Também teve 3 ministras, das quais 2 integram a corte atualmente. Mas nunca teve uma mulher negra em sua composição.

De acordo com outra pesquisa do CNJ, a realidade é bem outra. Um levantamento sobre o perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros publicado em 2018 mostra que as mulheres são 38%, e os negros, 18%.

Na intersecção desses dois grupos, as mulheres negras são 7% do total de magistrados. Se houvesse alguma correspondência com seu peso populacional, essa fatia saltaria para perto de 29%.

Os dados do CNJ também indicam que a proporção de mulheres negras é ainda menor na segunda instância. Entre desembargadores e desembargadoras, responsáveis por julgar a maioria dos recursos judiciais, elas são apenas 2%.

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