(O Globo) “Caetano Veloso admite estar ‘adorando’ Dilma”. O jornalista Ricardo Noblat reproduziu em seu blog trecho do artigo publicado em O Globo pelo compositor e cantor Caetano Veloso:
“Estou adorando Dilma. Lula era muito show business (eu já sou saturado do elemento). Dilma mandou guardar a Bíblia e o crucifixo, adiou a decisão sobre a compra dos caças, portou-se magnificamente bem na Argentina. O ministro Patriota já soa como um alívio depois das trapalhadas em tom elegante do seu predecessor. Dilma parece presidir.
Claro que temos todos os problemas de grupos disputando cargos e influência — além do grande problema Brasil de sempre: obscena distribuição de renda, educação miserável, infraestrutura ‘tudo-ainda-é-construção-mas-já-é-ruína’, impotência para controlar os gastos.
Sei que estamos no período de lua de mel com a presidente. Mas temos muitas razões para estar confiantes. Se a inflação global não tornar tudo impraticável, Dilma pode fazer um governo muito decente. Sou insuspeito: não votei nela nem aprovei o tom com que Lula e sua turma tocaram a campanha. Mas que tá bom, tá. Serra, nem pensar.”
Acesse: Caetano Veloso admite estar ‘adorando’ Dilma (blog do Noblat – 06/02/2011)
(Folha de S.Paulo)
Em sua coluna, o jornalista da Folha escreve|: “Dilma Rousseff caiu no gosto das pessoas que vivem no que Elio Gaspari costuma chamar de ‘andar de cima’. As classes dirigentes parecem encantadas com a nova presidente. Quanto ao povo que a elegeu por causa de Lula, por enquanto é mais difícil saber o que está pensando, ou mesmo se estaria pensando algo a esse respeito.
Elogia-se em Dilma sobretudo o estilo. A discrição, a sobriedade, o formalismo dos gestos. É menos o governo que mal começou do que sua maneira de se comportar que tem arrancado entusiasmados aplausos dos analistas políticos.
Com mais ou menos consciência, elogia-se Dilma para criticar Lula -ou melhor, pretende-se atacar Lula elogiando Dilma, numa espécie de revanche póstuma e de efeito simbólico contra o boquirroto.
A agenda de boa parte da mídia tem sido intrigar Dilma e Lula, como se este fosse um governo de oposição, e não de continuidade.”
Leia artigo na íntegra: Dilma “contra” Lula, por Fernando de Barros e Silva (Folha de S.Paulo – 04/02/2011)
(O Estado de S. Paulo) “Enfim, sós”, por Nelson Motta
“Como é bom ter uma presidente que não vive esbravejando nos palanques e dividindo o País entre ricos e pobres, entre as elites e o povo e culpando os adversários políticos por todos os males do Brasil.
Que delícia não ter que ouvir todo dia a presidente dizer que o Brasil começou no dia em que ela tomou o poder e que os que a antecederam só lhe deixaram uma herança maldita.
Como é edificante ter uma presidente que não se orgulhe de sua grossura e ignorância nem deboche dos que estudaram mais. Que sensacional é ter uma presidente que lê jornais. E livros!
Como é civilizado ter uma presidente que defende os direitos humanos, tanto em Guantánamo como em Cuba e no Irã. E que declara que o Brasil não deve dar opinião sobre tudo que acontece em outros países.
Como é gostoso não ouvir a presidente acusar todos que não a apoiam de ter preconceito contra pobre, nordestino e operário. Ou contra mulheres de origem búlgara de classe média.
Como é confortador ter uma presidente que não diz que o mensalão é uma farsa da imprensa golpista. E que não faz nomeações partidárias para o Supremo Tribunal Federal.
Como é bom para a democracia ter uma presidente que não joga para a imprensa e obriga os jornalistas a correr atrás de notícias.
Que maravilha será ter uma presidente que assuma as suas responsabilidades e faça o que tem que ser feito.”
Veja artigo em pdf: Enfim, sós, por Nelson Motta(Estado de S. Paulo – 04/02/2011)
“Dilma ‘contra’ Lula”, por Fernando de Barros e Silva