07/01/2014 – Senado dos EUA aprova indicação de Janet Yellen para presidência do Fed

07 de janeiro, 2014

(Opera Mundi) Economista, de 67 anos, será a primeira mulher a dirigir o banco central norte-americano; ela assume cargo em 31 de janeiro

O Senado norte-americano aprovou a indicação da economista Janet Yellen, de 67 anos, para a chefia do Fed (Federal Reserve), o Banco Central do país. A nomeação foi aceita por 56 votos a favor e 26 contra, em votação realizada no final da noite desta segunda-feira (06/01).

Yellen assume o cargo no dia 31 de janeiro, quando termina o mandato do atual presidente, Ben Bernanke. Ela será a primeira mulher a liderar o Fed na história. O cargo é considerado o segundo mais poderoso nos Estados Unidos, atrás apenas do de Barack Obama, e o mais poderoso no mundo financeiro por definir os rumos da política econômica norte-americana.

A nova presidente do Fed já demonstrou ter posição consolidada sobre o papel do banco na economia: sua prioridade será o combate ao desemprego e não o controle das taxas de inflação. A economista pertence ao grupo dos “doves” do banco, que defendem mais estímulos à política monetária e não dão tanta importância à estabilidade dos preços, em oposição aos “hawks” da instituição. Segundo especialistas, é muito provável que seu objetivo seja incentivar o crescimento econômico a partir de uma série de medidas no banco.

Desde o início da crise econômica de 2008, Yellen também passou a se preocupar com a falta de instrumentos do Estado para controlar a especulação financeira. A nova presidente, que admitiu não ter previsto o alcance da crise norte-americana, foi uma das primeiras economistas a notar os sinais das “bolhas especulativas”. “Eu sinto a presença de um grande gorila na sala e ele é o setor imobiliário”, disse a colegas do Fed em junho de 2007.

Apesar de Yellen ter liderado a desregulamentação econômica na década de 1990, enquanto líder do Conselho de Assessores Econômicos durante a administração da Bill Clinton (1993-2001), grande parte dos colunistas norte-americanos acredita que, agora, a economista advoga por certo grau de regulação. Ela estaria em algum lugar entre os defensores da liberdade total de mercado e os advogados do modelo de planificação econômica.

Acadêmica

Yellen iniciou a carreira na academia e continua lecionando como professora emérita da Universidade de Brown, em Nova Iorque. Ela entrou na política como membro do Conselho de Assessores Econômicos durante a administração da Bill Clinton em 1997 e, desde então, assumiu outros postos no governo norte-americano. Com currículo extenso e mais de 12 anos de trabalho no Fed, Yellen, atualmente, é a vice-presidente do Conselho Diretor do banco.

Conhecida por seu perfil acadêmico, Yellen formulou junto a seu marido, o Nobel de economia George Akerlof, uma teoria para o combate do desemprego que rompe com os pressupostos da teoria economia clássica. Em uma série de artigos, eles argumentam que grande parte dos empregadores opta por pagar salários maiores do que o teto salarial por acreditar que a satisfação dos funcionários resulta em maior produtividade. Em tempos de crise, essa lógica é mantida, mas à custa da demissão de outros empregados.

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