(Folha de S.Paulo) Artigo publicado no jornal norte-americano The New York Times mostra a dificuldade das empresárias alemãs em alcançar cargos de chefia e conciliar carreira e maternidade. A autora, a jornalista Nicola Clark, sugere cotas de 30% de mulheres nas direções das empresas em toda a União Européia.
“Comparada com os Estados Unidos, a Alemanha e grande parte da Europa estão atrasadas para a festa da diversidade de gêneros nas empresas.”
A parcela de mulheres no quadro executivo das empresas alemãs fica na média em 8,5%. Na União Europeia essa participação é de aproximadamente 12%, enquanto nos EUA, cerca de 40% de todas as gerentes no setor privado são mulheres, segundo dados do governo.
“As empresas europeias estão despertando, mas a maioria apenas inicia esses esforços”, analisou Herminia Ibarra, uma professora de liderança e comportamento organizacional do Instituto Europeu de Administração de Empresas (Insead). “Elas estão percebendo que se trata de mudar a cultura.”
Apesar dos esforços para ter cada vez mais mulheres na gerência, o número de mulheres em cargos de decisão e poder diminui drasticamente quanto mais se chega perto do topo. Analistas chamam esse fenômeno de “vazamento no encanamento”.
“Realmente não acho que seja mais um problema de admissão”, disse Laura A. Liswood, secretária-geral do Conselho de Líderes Mundiais Mulheres, um grupo de ex-chefes de Estado e governo. Ela notou que de 50% a 60% dos formandos em universidades no mundo desenvolvido são mulheres. “É um problema de upgrade”, ela disse.
Eileen Taylor, gerente de diversidade global no Deutsche Bank, notou “essas suposições de que o motivo pelo qual o encanamento vaza é porque as mulheres saem para ter bebês”. Mas uma análise que seu banco realizou no ano passado concluiu que não mais que 5% de suas mulheres estavam em licença-maternidade em qualquer momento isolado.
Viviane Reding, a comissária de Justiça da União Europeia, sugeriu estabelecer uma cota de 30% de mulheres na direção em toda a UE até 2015 se as empresas não chegarem lá por conta própria.
Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Fórum Econômico Mundial revelou que, entre 600 grandes empresas, os gerentes, frequentemente, citavam uma “cultura corporativa masculina ou patriarcal” e “a falta de modelos” entre os maiores obstáculos para as mulheres candidatas a líderes.
Acesse na íntegra: Mulheres lutam por igualdade, por Nicola Clark (Folha de S.Paulo – 07/02/2011)