12/08/2013 – Reforma política pode aumentar participação das mulheres, avalia deputada

12 de agosto, 2013

25anosUBM zecaribeiroabr(Agencia Câmara) Em sessão solene do Congresso em homenagem aos 25 anos de fundação da União Brasileira das Mulheres (UBM), parlamentares pediram mais participação política das mulheres. Segundo a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), o financiamento público de campanhas e o voto em lista fechada, com alternância entre candidatos homens e mulheres, podem aumentar a participação feminina no Congresso.

Jô Morais foi a primeira presidente da UBM, que é uma entidade não governamental criada em 1988 na cidade de Salvador (BA). O grupo defende os direitos das mulheres em diversas áreas, além de apoiar causas ligadas aos afrodescendentes, homossexuais, trabalhadores rurais, idosos e indígenas.

A deputada lembrou que hoje apenas 12% dos integrantes do Senado e 8,7% dos deputados federais são mulheres. “Essa invisibilidade politica é fruto de uma herança patriarcal histórica. É fruto de uma democracia insuficiente que não permite que o conjunto de homens e mulheres de todos os setores da sociedade possam se fazer representar”, disse.

Cota para mulheres

Hoje a lei já determina que os partidos devem garantir um mínimo de 30% de representação do gênero minoritário entre os candidatos (Lei 9.504/97). A chamada cota para mulheres, segundo Morais, não garantiu o aumento necessário da participação feminina.

De acordo com ela, o financiamento público de campanhas deve limitar a influência do poder econômico nas eleições, o que poderia garantir um maior número de candidatas eleitas. A medida, de acordo com a deputada, seria ainda mais eficaz em conjunto com o voto em lista fechada alternada entre candidatos homens e mulheres.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que também participou da sessão solene, concordou. “Jamais poderemos dizer que vivemos em uma democracia se as mulheres não estiverem presentes em todos os espaços da sociedade”, alertou.

Congresso

Durante o encontro, o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), lembrou as votações recentes do Congresso que beneficiaram as mulheres. Entre elas, estão a lei que obriga hospitais integrantes da rede SUS a fornecerem atendimento imediato às vítimas de violência sexual (Lei 12.845/13); a emenda à Constituição que iguala os direitos de empregados domésticos e dos demais trabalhadores (EC 72/13); e a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), que estabelece mecanismos de combate à violência doméstica.

“Os avanços foram muitos, mas ainda há um longo caminho a percorrer. A desigualdade de tratamento no mercado de trabalho e a baixa representação nas instâncias políticas são apenas alguns dos desafios que precisamos enfrentar”, avaliou Calheiros.

Crédito da imagem: Zeca Ribeiro/ABr

Acesse o PDF: Reforma política pode aumentar participação das mulheres, avalia deputada (Agência Câmara, 12/08/2013)

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