23/09/2011 – Primeira mulher a abrir a Assembleia Geral, Dilma fala sobre as mulheres e ‘faz história na ONU’

23 de setembro, 2011

(Terra/Folha de S.Paulo/O Estado de S. Paulo/R7/The Daily Beast) Jornais e sites nacionais e internacionais dão destaque à presidenta Dilma Rousseff como primeira mulher a abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas. No Portal Terra, a socióloga Fátima Pacheco Jordão analisa: “Dilma mostrou que o Brasil tem o que dizer ao mundo”. A CNN afirmou que Dilma “faz história na ONU”. Abaixo, trechos do discurso da presidenta e de algumas matérias:    

Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.” 
“É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.” 
“Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.”
“Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.”

“Dilma Rousseff ganhou aplausos antes mesmo de entrar em cena, quando foi citada pelo secretário-geral da ONU. Depois, ‘ao contrário de Obama’, como sublinhou a Associated Press, precisou parar seu próprio discurso duas vezes, ao lembrar que era a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral e ao apoiar o Estado palestino. Eram os temas que atraíam a polarizada plateia e os canais de notícias, que mostraram suas imagens e palavras em breves entradas ao vivo. A CNN chegou a avaliar que ela ‘faz história na ONU’.- Fala da presidente cita mulheres e palestinos, mas foca em economia, por Nelson de Sá (Folha de S.Paulo – 22/09/2011)

Ao encerrar seu discurso, a presidenta afirmou:

“Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,
O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.
O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes de 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil. 
No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos. Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.
Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.
Senhor Presidente,
Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.
Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.
Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.
E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.”

Assista ao vídeo com a íntegra do discurso de Dilma Rousseff
Acesse o texto da íntegra do discurso

dilmacoletivawaldorfastoria200_robertostuckertfo_prDilma revela ter ficado emocionada

Em rápida entrevista à Rádio ONU, Dilma Rousseff revelou ter ficado emocionada por ter sido a primeira mulher a abrir o evento. “Eu vou levar a lembrança do seguinte: foi um momento especial, eu acho que para mim, para o Brasil e para as mulheres do mundo. Eu vou levar essa lembrança da presença calorosa, eu acho, das mulheres deste plenário também, que foi uma coisa importante, interagiu muito.”

Logo depois, em curta entrevista coletiva, a presidenta reafirmou a emoção que sentiu ao discursar no plenário das Nações Unidas. “É sempre uma emoção falar na Assembleia Geral, abrindo, a primeira mulher, uma emoção grande. Eu gostei de falar, acho que é importante para o Brasil, para as mulheres. Foi muito bom, para todas as mulheres”, diz Dilma – Discurso na ONU foi homenagem a todas as mulheres, diz Dilma (R7 Notícias – 21/09/2011)


Assista ao vídeo: “Dilma mostrou que o Brasil tem o que dizer ao mundo”, diz a socióloga Fátima Pacheco Jordão, ao analisar o discurso da presidenta Dilma Rousseff na ONU (TV Terra – 21/09/2011)

“Enquanto no ano passado Dilma ganhou pequenas notas na imprensa local,  desta vez foi considerada uma das mulheres mais poderosas do mundo, a terceira, na verdade, segundo a revista Forbes. Esta semana a presidente também ganhou a capa da revista Newsweek, que colocou como título de sua matéria a frase “Não mexa com ela”. Nos últimos três dias, ocupou lugar de destaque entre chefes de estado. Ela sentou-se ao lado de Obama no lançamento de um programa para transparência dos governos, ambos como copresidentes do projeto. Obama se referiu a Dilma como “amiga” e a convidou para vir aos EUA no ano que vem.  Ontem, ficou lado a lado com a secretária de Estado, Hillary Clinton, que disse que a presidente brasileira é “uma mulher que admiro muito”. Um ano depois, Dilma volta a Nova York como estrela (Estadão.com – 20/09/2011)

O The Daily Beast, site da “Newsweek”, revista norte-americana que dedicou à presidenta Dilma a capa de sua última edição, deu como manchete “Dilma se bate pelas mulheres”. Veja a matéria na íntegra:
Dilma Thumps for Women (The Daily Beast – 21/09/2011)

Durante 25 minutos, diante de líderes e representantes diplomáticos de 194 países, ela fizera um pronunciamento que impressionou pela limpidez, correção e maturidade, para expor a posição do País em relação às questões centrais da atualidade mundial. – A presidente impressionou (O Estado de S. Paulo – 23/09/2011)Na ONU, Dilma prega nova ordem na economia e apoia Estado palestino (O Estado de S. Paulo – 22/09/2011)

“Em seu discurso na abertura nesta semana da Assembleia-Geral da ONU, Dilma colocou o Brasil como país absolutamente moderno e preparado para encarar um novo paradigma, ao mesmo tempo em que jogou fora aquele ranço insuportável de nos ufanarmos de nossa dimensão continental. (…) Credibilidade é uma seara das mulheres e Dilma está capitalizando. (…) Nunca vimos uma mulher que não soa como uma típica populista sul-americana com as velhas artimanhas de sempre abrir a Assembleia-Geral da ONU. Deixa curtir, vá?” – Dá-lhe, Dilmão!, por Barbara Gancia (Folha de S.Paulo – 23/09/2011)

Leia mais:  
Devemos ter medo de Dilma Dinamite?, por Eliane Brum (Época – 26/09/2011)
Conheça a personalidade política de Dilma (Band.com – 24/09/2011)
Dilma ganha o mundo (IstoÉ Dinheiro – 23/09/2011)

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