25/01/2014 – Candidatas-laranja não tiveram sequer 1 voto em 46% dos casos em 2012, aponta MP/RJ

25 de janeiro, 2014

(O Globo) Maior parte das mulheres disputou eleição na Baixada Fluminense

Levantamento da Procuradoria Regional Eleitoral do Rio mostra que quase metade (46%) das mulheres identificadas como laranjas nas eleições de 2012 não teve um voto sequer, e 77% delas não prestaram contas ou não movimentaram recursos de campanha. De acordo com a Procuradoria, elas se tornaram candidatas para que os partidos cumprissem a cota, exigida por lei, de 30% de mulheres em cada chapa.

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– Candidatas-laranja não tiveram sequer 1 voto em 46% dos casos em 2012, aponta MP/RJ (O Globo)

O levantamento da Procuradoria revela que o PMDB foi o partido que mais teve mulheres com votação irrelevante (até dez votos) e gastos inferiores a R$ 2 mil: foram 104 candidatas a vereadora nessas condições. Procurado, o presidente da sigla no Rio, Jorge Picciani, não retornou o contato do GLOBO. Em seguida, aparecem o PT e o PR, com 87 e 80, respectivamente.

A Procuradoria também verificou em quais cidades a figura das laranjas foi mais frequente. Elas ficam principalmente na Baixada Fluminense e na Região Metropolitana, os maiores colégios eleitorais do estado. Em Duque de Caxias, 54 candidatas não fizeram campanha, e, em Belford Roxo, esse número foi de 53. Aparecem ainda no topo da lista os municípios de São João de Meriti (52), São Gonçalo (51) e Nova Iguaçu (51). Na capital, foram 39.

O GLOBO revelou ontem que a Procuradoria identificou 1.429 mulheres que teriam se candidatado com esse fim. O número se refere a 91 municípios fluminenses, excluindo a cidade do Rio. Incluindo a capital, são 1.468 pessoas do sexo feminino que formaram parte de chapas apenas para cumprir a exigência legal. Os nomes das candidatas foram levados ao MP nos municípios e às prefeituras. As servidoras públicas que serviram como laranjas poderão ser processadas por improbidade administrativa. Ao se candidatar, elas passaram a ter direito a três meses de licença remunerada.

– Isso demonstra uma observância meramente formal da inclusão feminina.

Os partidos simplesmente resolveram o que a lei manda, mas eles sequer disfarçaram essa situação – afirmou Maurício da Rocha Ribeiro, procurador- geral eleitoral na eleição de 2012.

Segundo dados disponíveis no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 5.858 mulheres foram candidatas a uma vaga na Câmara dos Vereadores nas últimas eleições municipais no Rio. O número identificado pela Procuradoria representa, portanto, 25% das que concorreram.

A investigação foi motivada por reportagem do GLOBO em 2012. À época, o texto citou três policiais que, agora, aparecem na lista do MP Eleitoral. Em ofício enviado à Polícia Militar, a Procuradoria solicita a adoção de medidas cabíveis, já que a conduta pode representar ato de improbidade administrativa. A PM informou que o documento foi encaminhado à Corregedoria, que vai apurar a denúncia.

Cand laranjas

Acesse o PDF: Candidatas-laranja não tiveram sequer 1 voto em 46% dos casos (O Globo – 25/01/2014)   

 

 

 

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