Uma guerra invertida entre os sexos, por José Eustáquio Diniz Alves

18 de outubro, 2010

“As questões de gênero nunca tiveram tanta importância como nestas eleições de 2010. (…) Se Dilma vencer, será uma vitória liderada pelos homens; se Serra ganhar, será uma vitória liderada pelas mulheres. Em 31 de outubro saberemos o resultado desta guerra invertida entre os sexos”, afirma o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, em artigo publicado com exclusividade pela Agência Patrícia Galvão.

Professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, José Eustáquio desmente a antiga visão de que as mulheres não possuem autonomia e capacidade de influenciar o resultado de uma eleição. Para isso, o demógrafo apóia-se nos dados das últimas pesquisas de intenção de voto para Presidência divulgadas pelos principais institutos de pesquisa do país, que mostram que as mulheres não seguem os homens e têm opinião própria na hora de decidir seu voto.

Os dados das pesquisas de intenção de voto por sexo apontam que Dilma Rousseff não conseguiu reduzir a diferença de votos que tinha entre mulheres e homens, e as mulheres acabaram levarando a eleição para o segundo turno. “Quer seja pela questão ecológica, pelo tema da ética na política, pela questão de gênero ou pela questão religiosa, o fato é que as mulheres não seguiram os homens e não permitiram que eles decidissem a eleição no primeiro turno”, afirma José Eustáquio.

Para o pesquisador, “as eleições presidenciais de 2010 estão mostrando que a relação entre sexo e gênero é mais complexa do que a maioria dos analistas imaginava. (…) Em termos sociológicos, parece existir uma anomia de gênero neste segundo turno das eleições, pois não tem havido convergência entre o comportamento eleitoral masculino e o feminino. Na verdade, o inusitado é que o eleitorado masculino está votando, preferencialmene, em uma mulher e o eleitorado feminino está votando, preferencialmente, em um homem.”

Leia o artigo na íntegra: As diferenças de sexo e gênero nas eleições presidenciais, por José Eustáquio Diniz Alves

 

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