(Opera Mundi, 14/08/2015) Criticada por ser filha do ministro da Defesa, economista María Delfina Rossi chefiará o Banco de la Nación, foi elogiada por Varoufakis e posa com foto de Che
A economista argentina María Delfina Rossi, de 26 anos, se define como “feminista, ecologista e de esquerda”. Apesar do perfil — e idade — de militante universitária, ela foi nomeada nesta semana como a nova diretora do Banco de la Nación, o maior da Argentina.
Os mais críticos ressaltaram que a escolha teve viés político e hereditário, já que a jovem é filha do ministro da Defesa, Agustín Rossi — fato refutado pela nova diretora. “Meus títulos não são de parentesco, e sim acadêmicos”, rebateu, em entrevista à agência oficial argentina Télam.
“Cheguei ao banco pela minha trajetória acadêmica e profissional. Parece que alguns miraram mais os dados do meu DNI (Documento Nacional de Identidade) dos que meus outros antecedentes”, ironizou.
Nascida na cidade de Rosário, mas politizada na Espanha, Maria Delfina obteve licenciatura em Economia na Universidade Autonoma de Barcelona (2006-2010), onde teve ativa participação em movimentos de esquerda. Em seguida, fez mestrado na mesma disciplina no Instituto Universitário Europeu, na cidade italiana de Florença.
Entre 2012 e 2014, a jovem fez uma pós-graduação em Ciências Políticas e Governo, na Universidade de Londres. E, no ano passado, se candidatou a deputada europeia pela coalizão de esquerda Iniciativa por Catalunya Verds-Esquerra Unida i Alternativa (ICV-EUiA), mas não foi eleita. Ela ainda faz outra pós em Assuntos Públicos, na Universidade do Texas.
Além disso, em seu currículo, ela expõe como experiência profissional seu cargo de “assessora política” do eurodeputado catalão pelo partido Izquierda Unida, Raül Romeva, considerado na Espanha uma espécie de “Varoufakis espanhol” pelo perfil semelhante ao do ex-ministro das Finanças grego.
Varoufakis, aliás, foi um dos economistas que saudou a nomeação de Rossi à frente do banco de propriedade estatal argentino. Em carta à mandatária, Cristina Kirchner, o ex-ministro grego e professor universitário classifica a jovem como “talentosa, trabalhadora e profissional”.
O decreto com a designação da jovem de 26 anos à maior instituição financeira do país leva a assinatura de Cristina Kirchner; do chefe de Gabinete, Aníbal Fernández; e do ministro de Economia, Axel Kicillof.
Patrícia Dichtchekenian
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