Entre mulheres, pretas são as que mais se dedicam a afazeres domésticos e pardas as que mais cuidam de pessoas
Mulheres que exercem algum trabalho remunerado gastam 6 horas e 48 minutos a mais por semana do que homens em afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas, sejam elas crianças, idosos, enfermos ou pessoas com deficiência. Elas dedicam 17 horas e 48 minutos semanais a essas atividades, enquanto homens na mesma situação dedicam 11 horas.
Entre as mulheres que não têm trabalhos remunerados, a sobrecarga provocada pelas tarefas domésticas é ainda maior, uma vez que elas dedicam 24 horas e meia por semana a essas atividades, enquanto homens dedicam 13 horas e 24 minutos.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) sobre Outras Formas de Trabalho 2022, divulgados na sexta-feira (11) pelo IBGE.
Entre 2019 e 2022, houve redução de uma hora na média geral do tempo que mulheres – com trabalho remunerado ou não – dedicam a afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas, em comparação com as horas que os homens gastam nas mesmas atividades. Em 2019, elas usavam 10 horas e 36 minutos semanais a mais que eles, enquanto em 2022 passaram a dedicar 9 horas e 36 minutos a mais.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos em Economia Feminista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brena Paula Magno Fernandez, a redução representa uma mudança que tende a ser lenta, porém contínua. O fato de os homens estarem, gradativamente, assumindo algumas tarefas domésticas e a modernização dos eletrodomésticos, o que ajuda a poupar tempo, são fatores que contribuem para essa redução.