Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) calcula que mulheres são 93% das funcionárias empregadas por famílias. Durante a quarentena, sete em cada dez ficaram desempregadas ou perderam horas de trabalho.
Com uma longa história de exclusão e precariedade, as trabalhadoras domésticas na América Latina estão sofrendo em cheio os efeitos econômicos da pandemia, que as deixou confinadas e sem trabalho.
“Eles me disseram para desculpá-los, mas que agora eu não podia trabalhar. Sou uma pessoa consciente, vejo o que está acontecendo conosco, mas espero poder voltar ao meu trabalho”, conta à agência de notícias AFP a mexicana Carmen Hernández, de 59 anos, empregada doméstica há 36.
Seu caso se repete ao longo da região, uma das mais desiguais do mundo, onde até 18 milhões de pessoas se dedicam ao trabalho doméstico, sendo 93% mulheres, de acordo com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL). Sem renda, pois a maioria trabalha com contratos de palavra, a COVID-19 evidenciou sua vulnerabilidade. Sete em cada 10 ficaram desempregadas ou perderam horas de trabalho devido às quarentenas, de acordo com a CEPAL, que calcula em 77% a informalidade do setor.