A coordenação da campanha de Dilma Rousseff passou a chamar a petista candidata a “presidenta”. Na avaliação do Partido dos Trabalhadores, o termo feminino pode marcar um diferencial da candidatura, mas reconhece que ainda é preciso ter certeza de que esse uso não causará estranheza.
Procurados pela reportagem da Folha de S.Paulo, os especialistas concordam que o uso é correto, mas mostram-se divididos quanto à necessidade ou a um eventual impacto positivo.
A consultora de português do Grupo Folha-UOL, Thaís Nicoleti, declarou que as palavras “presidente” e “presidenta” estão corretas, “mas a forma feminina é pouco usada”.
Para o professor de português Pasquale Cipro Neto, os dicionários dão a palavra “presidenta” como forma possível, não obrigatória. “Talvez a ‘exigência’ decorra do politicamente correto”, diz ele.
Já Maria Helena de Moura Neves, professora da Universidade Mackenzie e da Unesp, concorda que não é necessário usar “presidenta”, mas considera que, do ponto de vista da campanha, “faz sentido, porque valoriza o fato de o PT estar lançando uma mulher à Presidência”.
Para Regina Dalcastagnè, professora da UnB, é impossível saber se isso terá impacto eleitoral positivo, mas diz que a questão “é política em sentido amplo, pois marca a presença do feminino e rompe com a uniformização na língua, sempre no masculino”.
Também da UnB, Susana Moreira de Lima diz que “o correto é usar ‘presidenta’, pois é a palavra registrada para designar a mulher que preside”: “A discussão é saudável, porque traz a questão do machismo na linguagem”, afirma a professora.
Veja a matéria na íntegra: Dilma copia ex-presidente chilena e quer se lançar candidata a “presidenta” (Folha de S.Paulo – 24/04/2010)
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