Crescimento ocorre após subnotificação em 2020. Registros de feminicídio no 1º semestre foram os maiores da série histórica iniciada em 2017. Duas mulheres vítimas de tentativa de feminícidio contam suas histórias do ciclo da violência.
(G1 | 10/12/2021 | Por Cíntia Acayaba, Isabela Leite e Thaiza Pauluze, g1 SP e GloboNews)
Os casos de estupro voltaram a crescer no Brasil no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, quando ocorreu uma subnotificação durante o isolamento social mais rigoroso, de acordo com levantamento inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública obtido com exclusividade pelo g1 e pela GloboNews.
Os registros de feminicídio no primeiro semestre de 2021 foram os maiores da série histórica iniciada em 2017 (leia mais abaixo).
O número de estupros em geral e de vulneráveis, tendo a mulher como vítima, cresceu 8,3%, passando de 24.664 nos primeiros seis meses de 2020 para 26.709 neste ano. O crescimento ocorreu no período em que a pandemia da Covid-19 foi mais letal, com destaque para o mês de maio.
Os crimes que necessitam de uma notificação presencial em uma delegacia de polícia tiveram queda no 1º semestre de 2020, início da pandemia do coronavírus no Brasil, de acordo com a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno. O estupro é um deles e não pode ser registrado em boletins de ocorrência virtuais porque é necessário um exame de corpo de delito.
O fechamento das instituições, como as escolas, também contribuiu para a subnotificação e, recentemente, com a reabertura, um aumento de denúncias e casos de estupro.