Condenar o machismo é o mínimo, por Samira Bueno

Foto Fernando Frazão – Machismo mata – feminicídio

Mulheres fazem caminhada em solidariedade às manifestações feministas na América Latina, que tem países com alta taxa de feminicídio, segundo a ONU. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

12 de setembro, 2022 Piauí

Não basta governar para mulheres – é preciso governar com mulheres

(Samira Bueno/Piauí) No mesmo Sete de Setembro em que o presidente da República chamava sua esposa de princesa e incitava o coro de “imbrochável” junto aos seus apoiadores na Esplanada dos Ministérios, a repórter Jéssica Dias, da ESPN, estava escalada para a cobertura do jogo entre Flamengo e Vélez Sarsfield por uma vaga na final da Libertadores. A jornalista estava posicionada em frente ao estádio do Maracanã para uma entrada ao vivo quando foi abordada por um torcedor do Flamengo, que a beijou sem permissão. Possivelmente o assediador se julgava “imbrochável” e resolveu demonstrar isso publicamente. Coube ao filho do agressor, menor de idade, pedir desculpas pelo pai. A repórter acabou a noite de trabalho na delegacia, registrando o crime de importunação sexual.

Infelizmente, cenas como essa são mais comuns do que nós, mulheres, gostaríamos. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que nos doze primeiros meses da pandemia de Covid, 37,9% das brasileiras sofreram algum tipo de assédio de cunho sexual; 5,4% delas afirmaram ter sido beijadas sem seu consentimento, o equivalente a 3,7 milhões de mulheres de 16 anos ou mais; 7,9% relataram ter sido assediadas no transporte público, cerca de 5,5 milhões de mulheres. Dados que traduzem as enormes desigualdades de gênero que imperam na sociedade brasileira.

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