É o nono país americano e o trigésimo no mundo que equipara essas uniões às heterossexuais
(Revista Claudia | 07/12/2021 | Por Rocío Montes)
O Parlamento chileno aprovou nesta terça-feira o casamento igualitário, uma das demandas históricas dos grupos de luta pela diversidade sexual, que travaram uma longa batalha legislativa para chegar a esta data histórica. O projeto, que está prestes a se tornar lei, concede aos casais do mesmo sexo os mesmos deveres e direitos que os casamentos heterossexuais têm sob a lei chilena. Em sua última tramitação legislativa, a iniciativa foi aprovada hoje no Senado e, em sua última revisão na Câmara dos Deputados, apoiada por 82 parlamentares, com 20 votos contra e duas abstenções. “Estou muito emocionada. É uma luta árdua de muitos anos”, desabafa ao EL PAÍS a juíza Karen Atala, diretora da Fundación Iguales, que trabalha pelos direitos das pessoas LGBTQIA+. “Conseguimos a conquista dos nossos direitos para sermos cidadãos de primeira, dignos e decentes. Começamos com a lei antidiscriminação, depois os acordos de união civil, depois a lei de identidade trans e agora o casamento igualitário”, diz por telefone minutos após a decisão final do Congresso.
O projeto foi aprovado em meio a aplausos e cenas de emoção de membros de entidades que esperavam por esse momento desde 2017, quando o projeto foi apresentado pelo Governo de Michelle Bachelet. Foi o atual presidente, Sebastián Piñera, que em seu primeiro mandato promulgou os acordos de união civil, que instou a discussão do projeto de casamento igualitário em sua última conta pública perante o Congresso, em junho, o que surpreendeu a opinião pública e gerou divisão no partido de direita no poder. É uma iniciativa que conta com amplo apoio popular, 63%, segundo pesquisa da Ipsos em junho passado. No nível latino-americano, apenas a Argentina supera essas taxas de aprovação, um país que tem casamentos igualitários e onde 73% apoiam a norma, segundo a mesma pesquisa de opinião.