(Folha de S.Paulo, 10/04/2015) Cerca de cem pessoas (de acordo com o sindicado dos metroviários) protestaram na tarde desta sexta-feira (10) na estação República do metrô de São Paulo contra o suposto estupro cometido na mesma estação no último dia 2.
O ato foi organizado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo e por entidades feministas, como o Movimento Mulheres em Luta e a Marcha Mundial das Mulheres.
Os organizadores distribuíram panfletos a quem circulava na estação e levantaram cartazes com palavras de ordem como “eu não mereço ser estuprada” e “nesta estação uma mulher foi estuprada, reaja!”.
Segundo a responsável pela Secretaria de Assuntos da Situação da Mulher do sindicato, Marisa dos Santos Mendes, a manifestação começou às 17h e terminou às 19h.
Não houve interrupção do fluxo de passageiros que pegavam o metrô.
O CRIME
Uma operadora de de uma cabine de recarga de Bilhete Único da estação teria sido estuprada na noite do último dia 2.
A mulher, de 18 anos, é contratada da Prodata Mobility, empresa que presta serviço de bilhetagem para o Metrô.
Segundo declarações da vítima, que constam em um boletim de ocorrência interno do Metrô, ela encerrava suas atividades na cabine por volta das 23h30. Quando saía do terminal onde trabalha, foi surpreendida por um homem que teria amarrado suas mãos atrás das costas com fita adesiva, tirado sua roupa da vítima e praticado ato sexual.
Em seguida, o suposto estuprador abriu a porta do quiosque para a entrada de um segundo indivíduo, que carregava ainda um carrinho de mão para levar o cofre da cabine.
A jovem foi indagada sobre se sabia abrir o cofre, o que negou.
O primeiro homem tentou abrir o cofre, mas não conseguiu. Em seguida, a dupla pegou o celular da vítima, a desamarrou e pediu para que ela permanecesse mais 30 minutos dentro da cabine.
PRISÃO
Na madrugada da última terça (7), o suspeito de estuprar a jovem, Guilherme Lucas Alves Santos Rodrigues, 20, foi preso na zona leste de São Paulo.
Ele alega que a relação sexual que teve com a suposta vítima foi consensual.
De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pelo caso, a polícia apurou algumas das alegações do suspeito –como a de que ele e a vítima frequentariam um motel– mas que, até agora, a versão de Rodrigues não se sustenta.
O suspeito não tem passagens pela polícia e é ex-funcionário da Prodata, onde trabalhou por três meses. Entretanto, de acordo com a polícia, ele e a vítima não se conheciam.
Três outros homens são procurados. Um deles é Rafael Gonçalves de Lima, 24, que teria entrado na cabine junto com Rodrigues e que já tem passagem por roubo.
Acesse no site de origem: Metroviários e grupos feministas fazem ato contra estupro no metrô (Folha de S.Paulo, 10/04/2015)