(Folha de S.Paulo, 23/08/2016) Na primeira noite de atendimento 24 horas da delegacia especializada às mulheres vítimas de violência no centro de São Paulo registrou dois boletins de ocorrência.
O primeiro caso foi registrado por volta das 20h10 quando uma mãe relatou à polícia que a sua filha havia sido abusada sexualmente pelo pai. Após prestar depoimento, a menina foi levada para realizar exames e, segundo a Secretaria da Segurança Pública, o caso foi registrado como estupro de vulnerável.
Por volta das 22h40, a polícia registrou um caso de ameaça e injúria contra uma mulher. A delegada de plantão da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, Cristine Nascimento Costa, não passou mais informações sobre os casos.
A delegacia, que é uma central de flagrantes, vai atender 24 horas, incluindo no período noturno (noite e madrugada), nos fins de semanas e feriados. A delegacia funciona na rua Bittencourt Rodrigues, no número 200, na região da Sé, no centro da cidade.
Antes do início do plantão, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves, participaram da ampliação do atendimento na delegacia.
“É importante ressaltar que todas as delegacias podem registrar os crimes de violência contra a mulher. Não há necessidade de ir só na DDM [Delegacia de Defesa da Mulher]”, explicou Alckmin. Segundo o tucano, São Paulo possui 132 unidades do tipo, espalhadas por todas as regiões do Estado.
“Aqui elas vão ter atendimento imediato, fica muito acessível para as mulheres que são agredidas e também elas se sentem confiantes e acolhidas”, disse a delegada titular da 1ª DDM, Giovanna Valenti Clemente.
Inaugurada em 1985, a 1ª Delegacia da Mulher foi o resultado do movimento de mulheres e de um processo de redemocratização do Poder Judiciário e dos distritos policiais. A ampliação do atendimento era uma das reivindicações de movimentos sociais, como Minha Sampa e Mulheres Mobilizadas, e acontece logo após a celebração de dez anos da Lei Maria da Penha, no dia 7 de agosto.
Além da delegacia do centro, a cidade de São Paulo tem mais oito delegacias especializadas, que vão continuar a funcionar apenas de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e não haverá atendimento no fim de semana (confira os locais aqui). Segundo a secretaria, os casos de violência contra a mulher também podem ser registrados em outras delegacias não especializadas.
Acesse o PDF: 1ª noite da Delegacia da Mulher 24 horas registra dois casos em SP (Folha de S.Paulo, 23/08/2016)