Sindicato cria canal de denúncias de assédio sexual e moral contra jornalistas

22 de agosto, 2016

(Rede Brasil Atual, 22/08/2016) Denúncias podem ser feitas por e-mail ou por telefone, e a partir dela, o sindicato dará respaldo jurídico à vítima

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo lançou um canal para receber as denúncias de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. A ideia surgiu a partir do caso de uma repórter do portal IG que denunciou o funkeiro Mc Biel por assédio sexual, provocando ampla repercussão nas redes sociais e desencadeando uma campanha de jornalistas contra a naturalização do machismo e o assédio sexual na categoria. “Nós sabemos que é uma prática comum nas redações e nas entrevistas. A jornalista teve a coragem de fazer a denúncia e se manter firme, porque, em geral, a questão é difícil para a maioria das mulheres”, explica a diretora da entidade, Priscilla Chandretti, em entrevista à repórter Anelize Moreira da Rádio Brasil Atual.

O canal foi lançado quinta-feira (18). A diretora do sindicato explica que as denúncias podem ser feitas por e-mail ou por telefone, e a partir dela, a entidade dará respaldo jurídico à vítima. “Se a pessoa quiser ter sigilo, haverá a garantia. A denúncia chegará a uma das diretoras do sindicato, porque sabemos que é mais fácil conversar com uma mulher que já passou por situações parecidas, e vamos discutir como combater a questão.”

Maria José Braga, que passará a ocupar a presidência da Federação Nacional dos Jornalistas a partir de quarta-feira (24), explica que um dos desafios é avançar na legislação para que seja caracterizado crime de assédio também em relações horizontais. “Primeiro que ela é restritiva, coloca a questão do assédio somente na relação hierárquica, quando há uma subordinação da vítima. Isso é falho, porque pode ocorrer nas relações entre colegas, que muitas vezes não têm o apoio do empregador para fazer a denúncia.”

Segundo Maria, a sua gestão irá investir em campanhas de encorajamento e mapeamento de assédios na categoria. “As mulheres vítimas já estão mais amparadas, mas isso precisa ganhar uma dimensão pública mais confiável. Ela precisa ter confiança de que pode e deve denunciar. Nós vamos tentar criar com os sindicatos essa porta de acolhimento para as jornalistas.”

O canal de denúncia deste tipo de agressão pode ser feito pelo telefone 11-99300-1382, ou através do [email protected].

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