A rainha Bey destruiu tudo no VMA 2016 no domingo (28), menos o racismo das pessoas. Ela apareceu junto com sua filha, Blue Ivy no tapete vermelho e a criança foi alvo de inúmeros comentários racistas nas redes sociais.
A pequena Ivy, de apenas quatro anos de idade, é filha de Beyoncé e Jay Z, e os discursos de ódio em relação à menina seguiram na linha dela “não se parecer com a mãe” – que é negra de pele mais clara, diferente de Jay Z que tem a pele escura e traços negros mais contundentes.
Os comentários chegaram no nível de comprar Ivy a um macaco e sugerir que ela fizesse plásticas faciais.
Ativistas negras, como a estudante de arquitetura Stephanie Ribeiro, criticaram os ataques sofridos por Ivy nas redes tocando no ponto do embranquecimento que pessoas negras sofrem e nos danos psicológicos à criança:
Beyoncé não se deixou abalar e a menina segue com seu cabelo crespo natural e belíssimo. Os dados psicológicos que estes ataques farão à Ivy, contudo, são imensuráveis.
A cantora ainda não se manifestou sobre os últimos ataques.
Não é um caso isolado
Ataques racistas a celebridades negras tem sido recorrentes. Leslie Jones — uma das protagonistas do remake de O caça-fantasmas – chegou a sair do twitter depois de sofrer tantos ataques.
A ginasta estadunidense Gabby Douglas também passou por situações de racismo ao competir na Olimpíada do Rio de Janeiro.
No Brasil, a cantora de funk, Mc Carol sofreu ataques racistas nas redes sociais na última semana. Ao seu lado, estão mulheres como Preta Gil, Maju Coutinho, Taís Araújo e Cris Vianna, que também já passaram por situações similares.
No Código Penal, o crime racial prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos e multas, além de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.
A recorrência destes casos com mulheres que são figuras públicas só demonstra como o racismo é um problema estrutural do mundo e acontece no cotidiano de todas as pessoas negras, ora de forma velada, ora deste modo escancarado e agressivo.