Blue Ivy, filha de Beyoncé e Jay Z, só tem 4 anos e já sente na pele o que é o horror do racismo na internet

31 de agosto, 2016

A rainha Bey destruiu tudo no VMA 2016 no domingo (28), menos o racismo das pessoas. Ela apareceu junto com sua filha, Blue Ivy no tapete vermelho e a criança foi alvo de inúmeros comentários racistas nas redes sociais.

(Huffpost Brasil, 31/08/2016)

Beyonce_IvyA pequena Ivy, de apenas quatro anos de idade, é filha de Beyoncé e Jay Z, e os discursos de ódio em relação à menina seguiram na linha dela “não se parecer com a mãe” – que é negra de pele mais clara, diferente de Jay Z que tem a pele escura e traços negros mais contundentes.

Os comentários chegaram no nível de comprar Ivy a um macaco e sugerir que ela fizesse plásticas faciais.

Ativistas negras, como a estudante de arquitetura Stephanie Ribeiro, criticaram os ataques sofridos por Ivy nas redes tocando no ponto do embranquecimento que pessoas negras sofrem e nos danos psicológicos à criança:


Não é a primeira vez que a pequena é alvo de racismo. Em 2014, foi feita uma petição online com a intenção de obrigar Beyoncé a pentear o cabelo da filha. Mais de 3,5 mil estadunidenses assinaram o abaixo assinado contra o black power de Ivy.

Beyoncé não se deixou abalar e a menina segue com seu cabelo crespo natural e belíssimo. Os dados psicológicos que estes ataques farão à Ivy, contudo, são imensuráveis.

A cantora ainda não se manifestou sobre os últimos ataques.

Não é um caso isolado

Ataques racistas a celebridades negras tem sido recorrentes. Leslie Jones — uma das protagonistas do remake de O caça-fantasmas – chegou a sair do twitter depois de sofrer tantos ataques.

A ginasta estadunidense Gabby Douglas também passou por situações de racismo ao competir na Olimpíada do Rio de Janeiro.

No Brasil, a cantora de funk, Mc Carol sofreu ataques racistas nas redes sociais na última semana. Ao seu lado, estão mulheres como Preta Gil, Maju Coutinho, Taís Araújo e Cris Vianna, que também já passaram por situações similares.

No Código Penal, o crime racial prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos e multas, além de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial.

A recorrência destes casos com mulheres que são figuras públicas só demonstra como o racismo é um problema estrutural do mundo e acontece no cotidiano de todas as pessoas negras, ora de forma velada, ora deste modo escancarado e agressivo.

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