Apesar do tabu, assunto é importantíssimo para saber identificar práticas e comportamentos inadequados
Gritos, xingamentos, maus-tratos físicos e psicológicos e intervenções médicas desnecessárias estão entre as práticas que caracterizam a violência obstétrica. Apesar do termo ser desconhecido para muita gente, ele, infelizmente, fez parte da realidade de muitas gestantes que tiveram experiências traumáticas em uma situação em que acolhimento e respeito deveriam ser palavras de ordem.
Violência obstétrica se refere a agressões físicas e verbais que ocorrem desde o pré-natal, parto e até o puerpério, mas não se concentra apenas na figura do médico e pode envolver até um funcionário da administração do hospital e equipe de enfermagem.
“Toda ação que desrespeite a autonomia da gestante, causando danos físicos ou psicológicos ou indo contra suas decisões e direitos pode ser considerada violência obstétrica. Dessa maneira, é fundamental que se considere todo o sistema de atendimento à gestante”, explica a ginecologista e obstetra Tatiane Boute.
O que é considerado violência obstétrica?
Um estudo publicado pelo grupo Nascer no Brasil, da Fiocruz, acompanhou quase 24 mil mulheres, entre 2011 e 2012, em 191 municípios brasileiros, visando a uma “melhoria da qualidade da atenção e redução de intervenções desnecessárias” durante o parto.