Por Mariliz Pereira Jorge
(Folha de S. Paulo | 13/08/2021 | Por Mariliz Pereira Jorge)
Por que ainda é tão difícil para muitos homens entender que flerte, paquera, brincadeira é uma coisa e assédio sexual é outra bem diferente? Sempre que me deparo com uma denúncia, tenho me perguntado qual é a parte de todas as mensagens, de todas as mudanças em leis, de todas as discussões sobre o assunto os assediadores não entenderam?
E não se trata apenas dos trogloditas que acham que a discussão é mimimi de feminista. Homens que se dizem progressistas ainda se comportam como na era pré-me too e usam o mesmo argumento furado de que não absorveram as mudanças de uma sociedade transformada, onde “os limites foram redesenhados”, como disse Andrew Cuomo.
O agora ex-governador de Nova York, que levantou bandeiras feministas em seus mandatos, disse que talvez não fosse o aliado das causas que imaginava ser. Sim, passou de aliado a assediador. Renunciou diante das acusações de quase uma dúzia de mulheres, que resultaram num relatório de 165 páginas.