(UOL, 25/06/2019 – acesse no site de origem)
O número de casos de estupro no mês de maio de 2019 no estado de São Paulo é o maior registrado para esse mês nos últimos sete anos. É o que apontam os dados mensais divulgados hoje pela SSP (Secretaria da Segurança Pública). Maio de 2019 teve 1.078 casos de estupro registrados. Foi o maior número para este mês desde 2012, quando foram registradas 1.101 ocorrências deste tipo.
Índices de estupro do mês de maio desde 2012
- 2019: 1.078 registros
- 2018: 1.036 registros
- 2017: 943 registros
- 2016: 683 registros
- 2015: 687 registros
- 2014: 765 registros
- 2013: 1.056 registros
- 2012: 1.101 registros
Ao todo, 40% dos casos foram registrados na capital paulista e na região da Grande São Paulo, que concentra 39 municípios do estado. Levantamento feio pela reportagem com base nas informações disponibilizadas no site da SSP aponta que o 25º DP de Parelheiros, localizado no bairro Jardim do Centro, periferia da zona sul da cidade, foi a delegacia que mais registrou estupros na capital, com 11 casos.
Circunstâncias dos estupros dificultam prevenção, diz secretário De acordo com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, 64, em média, 70% dos casos de estupro acontecem dentro de ambientes de próprio convívio da vítima, o que, segundo ele, dificulta o trabalho de prevenção da PM.
“É um crime difícil de lidar, porque ele geralmente acontece entre pessoas conhecidas e em ambientes particulares. Temos feito uma campanha muito forte para que as pessoas comuniquem a polícia e para obter a coleta desses dados da melhor forma possível”, disse em entrevista ao UOL.
Questionado se nas periferias das cidades os estupros costumam ser relatados com mais frequência, o general afirmou que, em áreas periféricas, costumam acontecer mais crimes contra a vida. “Diferente dos centros urbanos. Aqui [no centro da capital], com pessoas com maior poder de renda, você tem mais crimes contra o patrimônio”.
Homicídios e latrocínios caem
O mês de maio registrou queda no número de vítimas de homicídio em comparação com o mesmo período do ano anterior. Neste ano, foram mortas 222 pessoas, queda de 10% em comparação com o ano passado, em que 248 foram vítimas do crime.
Os latrocínios (roubo seguido de morte) também registraram queda em comparação ao mesmo período. Em maio de 2018, foram registrados 20 latrocínios, índice que caiu 25% neste ano – 15 casos.
Na avaliação de João Camilo Pires de Campos, a queda no índice de latrocínios se justifica pelo fato de o foco principal da Polícia Militar de São Paulo estar nos crimes contra o patrimônio.
“Latrocínio está ligado à ação policial. Desde o início do ano temos ações muito fortes que fazem frente ao roubo. Todos os crimes são de participação da polícia, mas o foco da participação da polícia de São Paulo é no roubo contra o patrimônio”, afirmou o secretário.
Ele também comentou a queda nos homicídios. “É uma tendência de 20 anos, e é multifatorial: tudo ajuda um pouco. O disque-denúncia, lei-seca, campanha de controle das armas”, declarou.
Leonardo Martins