Equipe do Fantástico acompanhou trabalhos de doze juízas que se debruçaram sobre 11 mil processos de agressões verbais, psicológicas, físicas e sexuais que se acumularam em TJ do Rio de Janeiro.
(Isso É Fantástico | 03/10/2021 | Por Fantástico)
A pandemia agravou uma série de problemas, em mais de um ano e meio de crise no Brasil. Uma das principais questões é a violência contra a mulher, que aumentou, principalmente dentro de casa. Segundo um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de agressão física, psicológica, verbal ou sexual de 2020 para cá. E, com as sessões e audiências impactadas pelo trabalho remoto dos juizados, muitos dos processos de violência doméstica se acumularam. No Fórum Regional da Leopoldina, na Zona Norte do Rio de Janeiro, haviam 11 mil processos aguardando julgamento, até que doze juízas mulheres se uniram para dar respostas às vítimas. Em agosto de 2021, época em que a Lei Maria da Penha completou 15 anos de existência, elas formaram o Mutirão da Justiça e se debruçaram sobre a papelada e agilizaram processos em velocidade recorde.
Uma equipe do Fantástico acompanhou o Mutirão durante um mês, registrando os trabalhos das juízas, a aflição das vítimas e a reação dos acusados. O material produzido por Monica Marques vai ao ar em dois episódios com formato documental. Ela contou à apresentadora do podcast Isso É Fantástico, Renata Capucci, como foi o processo para registrar as audiências e julgamentos, além do acompanhamento e entrevistas das mulheres que sofreram agressões, muitas vezes físicas e sexuais, de seus próprios companheiros ou ex-maridos. A juíza Katerine Jatahy, que integra o Mutirão, também participa, contando como foi a rotina de lidar com tantos casos que mostram que violência e amor são sentimentos excludentes, principalmente sob o mesmo teto. O editor das reportagens, Daniel Targueta, também participa da conversa.