(Universa – UOL | 25/10/2021 / Por Camila Brandalise)
Citada no relatório final da CPI da Covid nos trechos sobre impacto da pandemia na vida das mulheres brasileiras, a pesquisadora Carolina Tokarski, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), se diz contente por ver a comissão preocupada com o tema e que, de fato, o cenário não é dos mais positivos. Entre as revisões de pesquisas que faz sobre o tema, chegou a uma afirmando que, na pandemia, a taxa de ocupação feminina no mercado de trabalho voltou à mesma de 30 anos atrás.
“Agora, estamos fazendo um estudo tentando entender o movimento atual. As mulheres saíram da posição de desocupadas, quando tinham cargos informais, e vão para fora do mercado de trabalho. A pandemia causou uma grande exclusão da população feminina. Principalmente por não poder contar com rede de apoio, escola, elas foram se retirando do mercado de trabalho. E não se sabe quando vão voltar”, diz.
Segundo Tokarski, a mulher, historicamente, ocupa mais vagas no trabalho informal. “E os setores que as empregam, como o do trabalho doméstico, de serviços e comércios, foram os primeiros a serem afetados pela crise sanitária e os últimos a se recuperarem”, alerta.
Trabalhadoras domésticas são grupo mais vulnerável
Como explica a pesquisadora, as trabalhadoras domésticas estão entre as mais vulnerabilizadas durante a crise sanitária. “A situação delas piorou de várias maneiras. Principalmente pelo fato de elas não poderem contar com seus direitos enquanto trabalhadores, pelo altíssimo nível de informalidade”, explica.