A implementação das políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres encontra importantes entraves: a ‘rota crítica’, que pode explicar a subnotificação dos registros, e a dinâmica que envolve a articulação operacional das polícias militar e civil
(Fonte Segura | N° 132 | Por Juliana Lemes da Cruz*)
No Brasil, o enfrentamento da violência doméstica contra meninas e mulheres ainda constitui um importante desafio. No caso mineiro, destacam-se dois elementos diretamente relacionados ao sucesso das ações que visam a fazer frente ao fenômeno. De um lado, a chamada “rota crítica”, que se relaciona à busca da mulher por apoio após a decisão pela quebra do ciclo violento. Por outro, no campo da segurança pública, a “articulação operacional” das Polícias Militar e Civil, que revela a codependência entre tais instituições e fator determinante para o acesso das mulheres em situação de violência ao Sistema de Justiça.
A “rota crítica” envolve o percurso que uma mulher faz para romper o ciclo de violência doméstica. Nesse caminho, ela se depara com portas fechadas, falta de apoio, preconceito e (re)vitimização. Como se não bastassem as barreiras pessoais diante de situações violentas, as mulheres ainda dependem da sorte para encontrar profissionais qualificados para acolhê-las nas suas demandas. Embora existam recomendações específicas para a abordagem do fenômeno, estas, nem sempre, são seguidas. Como se sabe, por si só, legislações não têm o poder de transformar percepções cristalizadas.
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*Juliana Lemes da Cruz – Doutoranda em Política Social pela UFF; Assistente Social e Mestra em Saúde, Sociedade e Ambiente pela UFVJM; Membro do GEPAF/UFVJM; Coordenadora do Projeto Mulher Livre de Violência; Colaboradora do INBRADIM; Professora de Ensino Superior; e Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, lotada em Teófilo Otoni