Em homenagem ao Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado no 25 de novembro, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil testou a funcionalidade e atualizou as informações dos principais serviços de acolhimento às mulheres em situação de violência no País, disponíveis no site da Plataforma Mulher Segura. Desde seu lançamento, em 2020, o site já foi acessado por mais de 57 mil usuárias e exibido em 4,7 milhões de buscas virtuais.
A verificação ocorreu entre setembro e novembro de 2022, com o objetivo de garantir a melhor qualidade das informações oferecidas. Ao todo, a equipe responsável pelo projeto verificou e testou diretamente 178 serviços de enfrentamento à violência contra a mulher listados no site da Plataforma Mulher Segura.
Dentre os desafios enfrentados pelas usuárias em situação de violência, estão a falta de privacidade no convívio com o agressor, bem como a dificuldade de se deslocar até um local de denúncia e acolhimento em horários comerciais. Por isso, o levantamento priorizou serviços com maior cobertura geográfica e horários de atendimento ampliados, com preferência para aqueles que oferecem a possibilidade de atendimento instantâneo e silencioso, via celular.
Segundo a Oficial de Programa de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA Brasil, Luana Silva, a manutenção de uma base de dados atualizada é um desafio de grandes proporções. “Para garantir a qualidade dessas informações às mulheres que precisam de apoio imediato, o UNFPA tem procurado trabalhar em parceria com organizações locais e instituições do Poder Público brasileiro, a fim de construir, num futuro próximo, uma governança compartilhada da Plataforma Mulher Segura.”
O levantamento considerou um mínimo de cinco opções por estado e levou em conta serviços públicos e iniciativas da sociedade civil, com foco nas portas de entrada da rede de atendimento às usuárias de cada estado, após a suspensão da maioria de medidas de distanciamento social para combate à pandemia de COVID-19.
Aprendizados da pandemia de COVID-19
O aumento da violência contra as mulheres durante a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus foi considerado pelas Nações Unidas como a “pandemia das sombras”. Diante desse contexto, o poder público e organizações sociais empenharam-se em garantir o atendimento remoto às mulheres em situação de violência, acelerando o processo de digitalização dos serviços oferecidos.
No Brasil, mesmo com o relaxamento do controle sanitário, cerca de um ano e meio após o início da pandemia de COVID-19, parte considerável das medidas adotadas segue relevante e representa um importante avanço em termos de acessibilidade e popularização dos serviços brasileiros. São exemplos disso o alto número de serviços com atendimento disponível via WhatsApp e a disseminação de “delegacias virtuais” capazes de registrar boletins de ocorrência de violência contra a mulher.