Entender perfil do agressor, da vítima e do crime é importante para a prevenção
Monstro. Psicopata. Tarado. Louco. Quando vem à tona um caso de abuso sexual contra uma criança, é esse o perfil que se imagina do criminoso. A realidade, porém, é quase sempre outra: mais de 75% dos casos acontecem dentro da casa da vítima e mais de 80% dos agressores são familiares —principalmente pais e padrastos, mas também avós, irmãos, primos ou tios.
Esses e outros mitos sobre o tema prejudicam o enfrentamento a essa violência tão comum. Ao imaginar que o perigo está somente fora de casa, pessoas próximas à criança podem deixar passar situações de risco ou duvidar da vítima, caso ela conte o que aconteceu.
Leia a seguir algumas crenças erradas sobre o perfil da vítima, do agressor e do crime. No final, há informações sobre como denunciar.
O agressor é um psicopata, um depravado sexual, um homem mais velho e alcoólatra, homossexual ou com transtorno mental.
Em 85% a 90% das situações, as crianças e os adolescentes são sexualmente abusados por pessoas que já conhecem, como pai ou mãe, parentes, vizinhos, amigos da família, professores ou médicos. A maioria dos agressores é heterossexual e mantém relações sexuais consentidas com adultos.