Misoginia. Para muitas pessoas, esta é uma palavra ainda desconhecida. Para as mulheres, tem se incorporado ao vocabulário cotidiano e conquistado cada vez mais espaço em debates, campanhas e na compreensão de situações concretas.
Com pequenas variações entre autoras, misoginia significa o ódio e a aversão a nós, mulheres.
Na última segunda-feira (11), os ataques de ódio e desrespeito contra Janja Lula da Silva nas redes sociais alcançaram outro patamar. Ao ter sua conta do X hackeada, foram publicadas “mensagens misóginas e violentas”, típicas de “quem despreza as mulheres”, como descreveu a própria Janja no dia seguinte ao episódio.
Os ataques a Janja não são de hoje e vêm em diversas formas, de maneira discreta em artigos na imprensa, debochados, vulgares e por meio de fake news, muitas delas com montagens grotescas que chegam a simular pornografias. O objetivo é certo: tentar diminuir seu papel enquanto mulher e sujeito político no processo de reconstrução do país.
A hostilização da mulher na política institucional ou em espaços públicos não é um fenômeno recente. Em uma sociedade habituada com os homens ocupando os espaços públicos e as mulheres restritas ao ambiente privado, romper a estrutura patriarcal traz vivências violentas para aquelas que estão nos espaços de poder.
Afinal, o que esperam de nós? Parece absurdo, mas talvez seja necessário lembrar que estamos no século 21 e que a luta do movimento de mulheres garantiu a nós o direito de estudar, ter profissão, comprar casas e carros, votar e ser votada e principalmentetrabalhar em espaços que não o lar.