42 ministras chegaram ao alto escalão desde o governo Sarney; MEC teve apenas homens
Desde a redemocratização do Brasil, em 1985, 42 mulheres assumiram o comando de ministérios no governo federal. No mesmo período, homens que atingiram o mesmo cargo somaram quase dez vezes mais: 444, o equivalente a 91,4% do total.
O MEC (Ministério da Educação), por exemplo, nunca teve uma mulher à frente nesses quase 40 anos. Tanto o da Fazenda (ou Economia, como foi chamado em dois governos) quanto o da Saúde viram apenas uma cada um: Zélia Cardoso de Mello e Nísia Trindade.
Os dados foram compilados por Laura Angélica Silva, doutora em administração pública e governo pela FGV (Fundação Getulio Vargas), e publicados no fim do ano passado no portal do Instituto República.org, voltado à gestão de pessoas no setor público.
A pesquisadora coletou no portal da Presidência da República registros de quem foi nomeado e exonerado. Depois, confirmou as informações no Diário Oficial. Quem ocupou pastas interinamente ficou de fora do levantamento.
Ao todo, mulheres ocuparam ministérios 57 vezes, enquanto homens, 603 —8,6% e 91,4% respectivamente. Esse dado considera que uma mesma pessoa pode ter ocupado o posto mais de uma vez, a exemplo de Marina Silva (Rede), inclusive em diferentes pastas, como Dilma Rousseff (PT) e Marta Suplicy (PT).
José Sarney (MDB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB) tiveram uma ministra durante seus governos —no segundo mandato de FHC, não houve nenhuma ministra.