No episódio da última segunda-feira (29), o Café da Manhã, podcast Folha de S.Paulo, conversou com Taina Silva Santos, mestra em História Social pela Unicamp e uma das autoras da pesquisa do Afro-Cebrap em parceria com a Universidade da Pensilvânia. Explicando a centralidade dessa profissão no Brasil e as dificuldades que as empregadas domésticas enfrentam mesmo mais de uma década depois da aprovação da PEC.
Cerca de 5,8 milhões de pessoas no Brasil são trabalhadores domésticos, representando quase 6% da força de trabalho no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas ainda encontram dificuldades para ter direitos reconhecidos. Falhas na legislação trabalhista e heranças do período escravista marcam as relações com empregadas domésticas –a maioria, mulheres negras– no país, segundo uma pesquisa do Afro-Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
O episódio “As domésticas e as relações de trabalho no Brasil” fala um pouco sobre esse cenário, a partir do estudo “Mulheres Negras e o Mercado de Trabalho”, feito pelas pesquisadoras Taina Silva Santos, Márcia Lima e Lorena Telles, no qual aponta que uma história de mais de 300 anos de escravidão tornam o trabalho doméstico e a figura da empregada centrais na forma como o Brasil se constituiu, e afirma que a relação entre patrão e empregada é representativa de questões de classe, de gênero, de raça e trabalhistas.