TSE usa rádio e TV para convocar mais mulheres para a política

24 de março, 2014

(SPM-PR, 24/03/2014) A campanha Mulher na Política do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi lançada nessa quarta-feira (19/03) no plenário do Senado, com a presença da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Eleonora Menicucci, de deputadas e senadoras. A intenção é estimular mais candidaturas do sexo feminino em 2014 e aumentar o percentual de representação de gênero nos governos estaduais, assembleias legislativas e no Congresso Nacional.

O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, ressaltou o caráter inovador da campanha institucional. “Está acontecendo um engajamento ímpar do executivo, legislativo e judiciário, ou seja, da sociedade brasileira, para estimular a mulher a participar da política”. O ministro acrescentou quepara construir uma sociedade livre e justa é preciso acabar com o preconceito de gênero e adotar princípios mais igualitários.

“Gera perplexidade, e nos envergonha a todos os brasileiros, o lugar ocupado pelo Brasil no mundo”, disse Marco Aurélio. A afirmação foi feita durante a sessão solene para lançamento da campanha e refere-se ao ranking produzido pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado: em 188 nações, o Brasil ocupa o 156ª lugar no quesito representação da mulher no Poder Legislativo.

Eleonora Menicucci destacou a atitude do Tribunal Superior Eleitoral. “É importante do ponto de vista institucional que o TSE assuma uma campanha que defende e apoia a luta da mulher brasileira”. A ministra afirmou que a participação das mulheres no legislativo não reflete o protagonismo que acontece em outras áreas. “Esse é o século das mulheres. Somos mais de 40% no mercado de trabalho; estamos trabalhando pela redução dos índices de violência; temos mulheres nos tribunais, mas a representação feminina na política ainda precisa avançar”, observou.

Na legislatura atual, são 45 mulheres de um total de 513 deputados e nove entre os 81 senadores. Menicucci acredita que um dos fatores responsáveis pelo baixo índice é a divisão sexual do trabalho. A mulher gasta o dobro do tempo em relação ao homem com as tarefas domésticas, o que resulta em menos oportunidades para a atividade política.

Como representante do governo federal, a ministra da SPM disse que há um compromisso da presidenta Dilma Rousseff de nomear mais mulheres para cargos relevantes, além de contribuir para a eleição de candidatas do sexo feminino.

Fator cultural

Autora da emenda que prevê campanhas institucionais, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM)afirmou que a medida é necessária porque o atual sistema eleitoral exclui a mulher e o pobre. “Existe um fator cultural que a sociedade traz para mulheres, quando a considera capaz de cuidar de todos, da casa, mas que não é capaz de mandar”, justificou Grazziotin. Em sua opinião, a propaganda fará com que a sociedade reflita sobre a dívida que tem com as mulheres.

A deputada Elcione Barbalho (PMDB/PA), procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, disse que o lançamento da campanha pelo TSE representa um grande avanço para as mulheres, mas principalmente para a cidadania brasileira. A coordenadora da Bancada Feminina, deputada Jô Moraes (PCdoB/MG), sintetizou: “É um momento simbólico, pois nossas conquistas legais saem da lei e vêm para a voz das instituições”.

Ao encerrar a sessão solene, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL) afirmou que muito já se fez pela igualdade de gênero, mas uma campanha institucional era a primeira vez. “Política não pode ser um reduto em que os homens sejam eternamente maioria. Queremos mais mulheres nas assembleias legislativas, na Câmara e no Senado”, complementou. Depois fez um apelo: “Que as mulheres atendam a esse chamado para que possamos construir um país melhor, com mais igualdade”.

Estratégias

A campanha Mulher na Política inicia com um questionamento. “Até quando vamos deixar que eles falem por nós”? Com o slogan “Faça parte da política” e ahashtag “#vempraurna”, a peça publicitária será veiculada nas emissoras de rádio e televisão até junho.

Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR

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